Enfisema pulmonar e bronquite crônica



Bronquite e enfisema pulmonar são manifestações da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), lesão sistêmica e não só pulmonar, que pode causar outros problemas, por exemplo, infarto, deficiência cardíaca, osteoporose. Segundo o Ministério da Saúde, o tabagismo – inclusive o passivo – é responsável por 85% das mortes causadas por DPOC. 

Estudo divulgado em 2005 pelo Projeto Latinoamericano de Investigación en Obstrucción Pulmonar (PLATINO), mostrou que as mortes atribuídas a DPOC na América Latina aumentaram 65% nos 10 anos anteriores, avaliados na pesquisa. Outra conclusão do estudo foi que 15% dos indivíduos com mais de 40 anos de idade da grande área metropolitana de São Paulo tem DPOC. Com base nestes dados, o médico pneumologista Alberto Cukier, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo, calcula que existem cerca de 10 milhões de pessoas com DPOC no Brasil.

Segundo o Ministério da Saúde, de janeiro a novembro de  2011, o SUS registrou 86.980 internações por bronquite, enfisema pulmonar e outros tipos de doença pulmonar obstrutiva crônica de pessoas com 60 anos ou mais, 28% dos casos concentrados nos idosos a partir de 80 anos. 

Os brônquios (que levam e trazem o ar a cada respiração) e os alvéolos (onde o oxigênio chega antes de ir para o sangue), submetidos a substâncias agressivas, passam por um processo de inflamação crônica no decorrer dos anos. Quando os brônquios ficam mais estreitados e produzem muito catarro, está caracterizada a bronquite crônica. Se os alvéolos começam a se romper e formam bolhas, trata-se do enfisema. 

É comum o paciente ter as duas doenças ao mesmo tempo. Ambas apresentam sintomas como falta de ar, secreção, deficiência respiratória mediante esforços. A bronquite provoca ainda tosse e expectoração.

A queima de biomassa – que libera substâncias tóxicas (lenha, queimadas, queima da cana-de-açúcar, por exemplo) – e fatores ocupacionais (exposição a substâncias nocivas) também podem ocasionar bronquite e enfisema. Outros casos têm origem em alterações genéticas, como a deficiência de uma enzima que atrapalha o funcionamento adequado de mecanismos de defesa do pulmão.

Muitas vezes os sintomas são negligenciados pelo próprio paciente, que considera a tosse apenas um pigarro e a falta de ar apenas uma indisposição para realizar atividades habituais. “Só em fases mais avançadas, ele vai sentir-se doente, apesar de já estar doente há algum tempo”, relata a coordenadora da Comissão de Infecção Respiratória da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Mara Figueiredo.

As consequências dessas doenças podem ser altamente impactantes. Muitas pessoas se tornam incapazes de fazer algum esforço físico e podem ter uma perda respiratória que provoque a morte. À medida que a doença progride, mesmo atividades banais, como vestir-se, caminhar ou comer, causam extrema falta de ar.

Por essa razão, o tratamento deve ser seguido durante toda a vida. A base da medicação é por via inalada. Exercícios também são recomendados para reabilitar o pulmão. A lesão pulmonar causada pela DPOC é parcialmente irreversível, mas os sintomas podem ser tratados. Quanto mais precoce o diagnóstico, mais eficaz é o tratamento. “É melhor prevenir a doença e, se isso já não for possível, ficar atento aos sintomas, procurar auxílio médico e diagnosticar precocemente a doença”, recomenda Figueiredo.

Para prevenir o aparecimento do enfisema pulmonar e da bronquite crônica é recomendado não fumar, ter hábitos saudáveis, evitar sedentarismo e evitar exposição a substâncias tóxicas. 

Fontes:
Ministério da Saúde 
Instituto Nacional de Câncer (Inca)
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia



01/05/2012 19:05


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