Entenda o "rolo" das fitas



O procurador da República Luiz Francisco de Souza explicou aos senadores do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar o que teria acontecido no que se refere ao episódio da gravação das fitas da conversa entre ele, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), o jornalista Fernando César Mesquita e os procuradores Guilherme Schelb e Eliana Torelly.

Luiz Francisco contou que, depois de acertar com seus colegas que gravaria o encontro com o senador, entrou em contato com o diretor da sucursal de Brasília da Revista IstoÉ, Tales Faria, que lhe mandou entregar um gravador. Esse gravador foi colocado pelo próprio procurador, em um armário de uma outra sala, o que prejudicou a qualidade do som.

Um segundo gravador, este do próprio procurador, foi colocado no bolso de seu paletó. Ele disse que, durante a conversa, saiu para mudar o lado da fita e depois para colocar uma segunda fita. Portanto, esse gravador gerou duas fitas, que, de acordo com Luiz Francisco, têm qualidade melhor que a outra. Essas fitas foram ouvidas pelos dois jornalistas da IstoÉ, Andrei Meirelles e Mino Pedrosa, que não puderam manuseá-las ou copiá-las. Elas foram depois destruídas pelos três procuradores, mas, segundo Luiz Francisco, não há certeza se realmente foram perdidas.

Aquela outra fita - a de pior qualidade -, segundo o procurador, foi depois encaminhada para a IstoÉ, que a remeteu para o perito Ricardo Molina. Cópia dessa fita foi enviada ao Conselho, durante a realização da reunião, pelo diretor da revista, Domingo Azugarray.

14/03/2001

Agência Senado


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