Petistas reclamam de "rolo compressor"
Os parlamentares petistas saíram muito irritados da reunião que aprovou o relatório final da CPI dos Correios. Eles reclamaram da decisão do presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), de desconsiderar os 37 votos em separado que foram apresentados e de não permitir discussões durante a reunião. Considerando que os regimentos da Câmara e do Senado foram desrespeitados, eles prometeram recorrer.
De acordo com o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), sub-relator de Contratos da comissão, o relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) fez modificações no texto sem explicá-las e sem lhes dar a necessária publicidade.
- O relatório aprovado não foi o relatório lido - queixou-se Cardozo.
Cardozo questionou a exclusão, entre os pedidos de investigação, dos nomes de Armando Ferreira da Cunha e de João Leite Neto, que poderiam estar envolvidos nas fraudes de licitações dos Correios.
O sub-relator de Contratos também reclamou da forma como ocorreu a aprovação do texto elaborado por Serraglio. Ele afirmou que a oposição tentou criar um fato político, rompendo as negociações sobre as modificações no texto para forçar o PT a votar contra o relatório.
- Eu me sinto chateado com a forma como a CPI se encerrou - disse.
O deputado Jorge Bittar (PT-RJ) também contestou a forma como os trabalhos da comissão foram concluídos. Chamando a votação de "circo", ele afirmou que havia "interesses políticos eleitorais" no relatório de Serraglio e fez várias críticas ao presidente da CPI, o colega de partido Delcídio Amaral. Para ele, Delcídio "passou um rolo compressor" na votação para impedir que o PT apresentasse destaques e aperfeiçoasse o relatório.
- Delcídio não agiu de forma democrática, não agiu como um senador que tem a obrigação de observar os regimentos - criticou.
05/04/2006
Agência Senado
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