Entra em operação novo trem da Linha C da CPTM
Composição será colocada em circulação nesta segunda-feira, 3, pelo governador José Serra
Atualizada 15h18
O governador José Serra colocou em circulação nesta segunda-feira, 3, na Linha C-Esmeralda (Osasco-Autódromo), o primeiro dos 99 novos trens previstos no Plano de Expansão da Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos.
Com capacidade para 1.200 usuários, o novo trem (de quatro vagões) tem o que há de mais moderno em tecnologia metroferroviária no mundo. Além do design arrojado, a unidade conta com ar condicionado, bancos anatômicos e estofados, som ambiente e vidros com proteção aos raios ultravioleta, proporcionando mais conforto aos usuários.
“Até agosto deste ano teremos 12 trens novos nesta linha, o que implicará maior capacidade de transporte, pelo aumento da freqüência, uma vez que a segurança desses trens e todo o sistema de movimentação é muito mais avançado”, disse o governador José Serra. Após encontrar-se com o prefeito da capital, Gilberto Kassab, na estação Jurubatuba, ele embarcou na nova composição e seguiu até a estação Berrini.
Serra lembrou que a inauguração de hoje é o primeiro passo para elevar os serviços prestados pela CPTM a um novo patamar. “Além dos investimentos no Metrô, nós estamos investindo para transformar as linhas da CPTM em metrô de superfície, o que é muito mais barato do que fazer Metrô e atende milhões de pessoas também”, argumentou o governador.
Ao todo, a fabricação e a implantação dos novos trens gerou cerca de 800 empregos, sendo 200 diretos e 600 indiretos. Os modelos são fabricados pelo consórcio Cofesbra (Consórcio Ferroviário Espanha/Brasil), liderado pela Alstom do Brasil, com a participação da CAF (Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles) e da Bombardier. A entrega de todas as unidades está prevista para o segundo semestre de 2008 e o investimento total é da ordem de R$ 223,5 milhões.
Operação
Inicialmente, a composição irá circular em regime de “operação assistida” por duas semanas: nas segundas, quartas e sextas-feiras, entre 10h e 15h (fora dos horários de pico). Este procedimento é normal para trens novos. Após esse período, a composição será liberada para circular ao longo de toda a operação comercial (da 4h da madrugada à meia-noite). “A segurança é o requisito número um, não podemos brincar nessa matéria. O sistema tem que funcionar como um relógio”, salientou o governador. Hoje a Linha C-Esmeralda conta com 16 trens. No horário de pico, o intervalo entre as composições é de seis minutos.
Acessibilidade
Todas as novas normas para o atendimento a pessoas com mobilidade reduzida foram incluídas no projeto deste novo trem. A composição tem sinais luminosos de abertura e fechamento de portas, identificação dos carros em braile, assentos preferenciais, espaço para pessoas em cadeira de rodas, painel indicativo de próxima estação e lado de abertura de portas, bem como pega-mão fotoluminescente, para o caso de ausência de energia.
Segurança
O novo trem possui sistema de intercomunicação de emergência entre os usuários e o maquinista, além de sensor de descarrilamentos, que sinaliza ao condutor qualquer falha do gênero. O maquinista também dispõe de recursos adicionais, como um sistema de monitoramento de falhas técnicas computadorizado que indica onde está o defeito e freios eletrônicos e antideslizantes.
Expansão
O Plano de Expansão, no valor de R$ 17 bilhões até 2010, é o maior investimento já realizado no setor. A implantação dos projetos possibilitará atingir, entre outras, as seguintes metas até 2010:
- A transformação de 160 km das linhas da CPTM em metrô de superfície. Com isso, a malha do Metrô passará a ter mais de 240 km;
- Elevar a demanda do sistema sobre trilhos em 55%;
- Reduzir em 25% o tempo médio de viagem;
- Aumentar em 24% a participação do sistema metroferroviário no total das viagens por transporte público.
Além disso, o Plano de Expansão resultará em benefícios socioambientais e econômicos, tais como: retorno anual equivalente a R$ 4,1 bilhões, a partir de sua plenitude, ou seja, em 2015; redução da emissão de poluentes, do consumo de combustível de fonte não-renovável e dos custos operacionais e de manutenção para ônibus, automóveis e viário, além de horas perdidas no trânsito e do número de acidentes.
“Mobilizamos muitos recursos para essa ampliação. O volume total chega perto dos R$ 17 bilhões. É realmente um esforço muito grande para descongestionar a região da Grande São Paulo e dar à sua população condições mais eficientes e humanas de transporte para seu trabalho”, observou o governador. Para Serra, a direção a ser seguida no setor de transportes públicos na região da capital é integrar cada vez mais o Metrô e a CPTM. “É um transporte mais seguro, rápido e previsível, porque não depende do trânsito”, destacou.
O volume de passageiros a fazer uso dos serviços da CPTM deve pular dos atuais 1,6 milhão para três milhões em 2010. Assim, no cenário previsto pela Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, sete milhões de usuários devem circular pelo sistema metroferroviário da Grande São Paulo diariamente (quatro milhões no Metrô e três milhões na CPTM).
Ao final da visita, Serra anunciou para abril a entrega das estações Grajaú e Interlagos da CPTM, ampliando em mais 4,5 quilômetros a Linha C. Em outubro do ano passado, às vésperas do Grande Prêmio Brasil de Fórmula-1, o governador entregou a estação Autódromo, adicionando mais quatro quilômetros à linha.
Manoel Schlindwein com CPTM
(I.P.)
03/03/2008
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