Entrevista coletiva do governador Mário Covas, nesta quarta-feira, dia 20, após cerimônia de inaugur



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A seguir trechos da entrevista do governador Mário Covas concedida após cerimônia de inauguração do novo Centro de Controle Operacional do Sistema Anchieta-Imigrantes, nesta quarta-feira, dia 20. Repórter – Governador, é o primeiro evento público que o senhor está participando depois de ter deixado o hospital. Primeiro evento externo. Como é que o senhor está se sentindo? Covas – Por enquanto, inteiro. (risos) Repórter – A Assembléia aprovou um projeto criando a universidade da Baixada. O senhor vai vetar ou sancionar? Covas – Não decidi ainda. Mas vetando ou sancionando, como o projeto é meramente 'autorizativo', ele não obriga a fazer. Ele autoriza a fazer. De qualquer maneira, eu já falei para vocês e continuo falando. No meu Governo eu não faço. Olha, governar é como manter uma casa. Você não pode jogar todo o dinheiro apenas numa despesa. Precisa dividir para todas as coisas. Você gasta 10% para isso, 10% para aquilo, 20% para aquele outro. O Estado de São Paulo gasta com as universidades 10,57% do imposto que arrecada. Repórter – Permanece aquele argumento que o senhor havia dito? Covas – Permanece, sim. Repórter – Governador, 173 menores fugiram da Febem de Parelheiros. Que providências o senhor determinou nesse sentido? Covas – O que se determina sempre. Verificar quem favoreceu isso porque as armas que vão lá para dentro vieram de fora. Repórter – O senhor acredita que pode ter havido participação de algum funcionário? Covas – Lógico que pode ter havido. Não houve necessariamente, mas pode ter havido, sim. Repórter – O senhor está satisfeito com o comando da Febem? Recentemente nós tivemos o episódio do Batoré. O senhor determinou que todo menor teria que ser transportado com escolta policial. No dia seguinte aconteceu de novo o mesmo episódio. O senhor está satisfeito com os rumos da Febem? Covas – Não, não estou. Repórter – O que o senhor pretende fazer sobre isso? Covas – Eu estou cuidando de mudar isso. Repórter – Mudar o quê, a diretoria? Covas – Não, a diretoria não. A diretoria não precisa todos, mas algumas mudanças vão haver lá. Repórter – Dá para o senhor anunciar alguma coisa já? Covas – Não. Repórter – O senhor colocou fogo na sucessão presidencial quando o senhor defendeu a candidatura de Tasso Jereissati. O senhor esteve reunido anteontem no Palácio dos Bandeirantes com o ministro Serra. O senhor conversou com ele sobre sucessão? Como é que foi essa conversa do senhor com o ministro? Covas – Quando você pergunta como é que foi a conversa, você pressupõe que houve conversa. Não houve nenhuma conversa. Repórter – O senhor esteve reunido com ele antes da cerimônia, não? Covas – Estive, mas estive junto com ele, com o pessoal da Secretaria. Nós estivemos falando sobre SUS, sobre dinheiro que vai vir para São Paulo. Sobre as dificuldades que isso representa, o que está representando sistematicamente, porque embora o dinheiro do SUS seja mandado pelo Governo Federal, quem distribui é o Governo Estadual. E o Governo Federal diz: aumentou o dinheiro esse ano. Só que o dinheiro que aumentou esse ano não dá para pagar todo mundo e, portanto, como quem distribui é a Secretaria, o que acontece no final é que nós ficamos sendo cobrados por uma coisa que não temos mais o que definir. Então, eu pedi ao ministro que, nós não nos importamos em fazer todo o trabalho, toda a relação etc., mas o Governo Federal diz para quem dar e quanto dar para cada um. Repórter – E sobre sucessão, o senhor não chegou a conversar com ele? Covas – Não. Repórter – O senhor praticamente lançou o Tasso como candidato do PSDB. A gente sabe que para sucedê-lo, a sua preferência é pelo Geraldo Alckmin. Onde vai ficar o ministro José Serra? Onde ele fica na sua opinião? Covas – Onde ele vai ficar na minha opinião? Só tem dois cargos na política brasileira? Repórter – O senhor acha que ele devia concorrer a qual cargo, então? Covas – Eu não acho. Ele concorre ao que ele quiser. Repórter – Ao Senado de novo? Covas – Não sei. Ao Senado ou qualquer outro. Eu, o que defendi foi a idéia de que no meu entender, o PSDB devia deixar bem claro que teria candidato a presidente. Que teria candidato próprio e na posição preferencial. Se ele fizer alianças, a posição de candidato à presidência, o PSDB terá. Repórter – Mas o senhor defendeu o nome de Tasso como preferencial do partido? Covas – É verdade. Mas a tese principal não era quem é que iria defender. A tese principal era que nós devíamos desde logo decidir sobre um nome e trabalhar em cima desse nome. Daqui a pouco todo mundo lança candidato, portanto as negociações ficam muito mais difíceis para nós. Repórter – Por que Tasso e não Serra? Covas – Por que o Serra e não o Tasso? Repórter – Prefere o Tasso? Covas – Não é preferência. Eu tenho com o Serra, todo mundo sabe, a melhor relação possível. Não tenho nada contra o Serra. Se ele conquistar o partido, sem dúvida que é ele. Repórter – Mas não conquistou o senhor? Covas – Sobre o quê? Repórter – Sobre a candidatura a sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso. Covas – Não, eu tenho visto a candidatura dele nos jornais, feita por vocês. Para mim é campo de referência suficiente. Mas ele nunca... Aliás, eu achei que uma das coisas ... (inaudível) ele dizia que não tinha medo de ser candidato, não tinha medo de não ser candidato numa entrevista que deu. Aquilo me estimulou demais. (referindo-se a uma entrevista de Tasso) Repórter – O senhor falou sobre prazos, que seria bom para o partido que fosse lançado o quanto antes porque todos já estavam colocando candidaturas. Quando que o senhor acha que isso deve ser feito oficialmente já que até agora só se fez especulações? Covas - O mais cedo possível. Eu acho que o candidato, nosso candidato, nós devemos escolher logo. Não para começar a campanha. Simplesmente porque eu acho que o candidato deve ser escolhido logo. Nós temos que colocar a candidatura. Repórter – É o Tasso, na opinião do senhor? Covas – É, estou defendendo o Tasso. Repórter – O senhor ficou incomodado com o fato de uma ex-assessora, que coordenava o grupo de assessoria especial ter assumido uma secretaria no governo de Marta Suplicy, no caso, Stela Goldstein? Covas – Não, não estou incomodado. Eu acho que ela foi convidada, resolveu aceitar, portanto está lá. Repórter – Mesmo tendo pedido demissão por meio de uma carta? Covas – Ela pediu par

12/20/2000


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