Envolvidos no caso Bancoop serão ouvidos na terça pela CPI das ONGs
Matéria alterada às 18h09
O ex-diretor financeiro e ex-presidente da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários) e atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, deve depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, na próxima terça-feira (23), sobre denúncias de irregularidades na aplicação de recursos de fundos de pensão públicos pela cooperativa. Também foram convocados o promotor de Justiça José Carlos Blat, responsável pela investigação do caso pelo Ministério Público de São Paulo; o corretor de câmbio Lúcio Bolonha Funaro; e Hélio Malheiro, que denunciou desvio de dinheiro da cooperativa para financiamento de "caixa dois" de campanhas eleitorais.
O presidente da CPI das ONGs, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), submeteu um conjunto de requerimentos de convocação a votação em bloco e de forma rápida. Coube ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) destacar o requerimento do caso Bancoop, apresentado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR). Partiu dele a sugestão de convocação imediata desses depoimentos, justificada com o argumento de que o assunto está em evidência na imprensa e famílias de cooperados lesadas ao investir "no sonho da casa própria" vivem situação desesperadora.
O caso Bancoop está sob investigação em diferentes instâncias no Senado. Na quarta-feira (17), a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) aprovou requerimento para que sejam ouvidos pela comissão, além de Vaccari, o promotor José Carlos Blat; Lúcio Bolonha Funaro, corretor de câmbio que intermediou operações para dirigentes da Bancoop; e o advogado da cooperativa, Pedro Dallari. A CDH decidiu que essas audiências poderão ser realizar em conjunto com as de outras comissões. Já o Plenário do Senado aprovou requerimento para que o Tribunal de Contas da União (TCU) faça auditoria nos recursos aplicados pela Bancoop em fundos de pensão.
Fraudes
Ao justificar o requerimento à CPI das ONGs, Alvaro Dias informa que o Ministério Público de São Paulo encerrou investigação comandada pelo promotor José Carlos Blat sobre a Bancoop, na qual teriam sido identificadas movimentações financeiras fraudulentas, utilizadas, inclusive, para mascarar desvio de dinheiro para campanhas eleitorais. O parlamentar revela ainda que, em 2004, R$ 26 milhões foram injetados na cooperativa pelos fundos de pensão Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), Funcef (Fundação dos Economiários Federais) e Petros (Fundação Petrobras de Seguridade Social).
Em relação aos demais requerimentos aprovados, quatro tratam de denúncias apuradas pela Polícia Federal. Três solicitam a convocação de indiciados na Operação Rodin, investigação de crimes contra a administração pública por meio de fundações de apoio ligadas à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. O outro se refere ao suposto envolvimento da ONG Meu Guri em esquema de liberação de recursos do BNDES, foco da Operação Santa Tereza.
O presidente da Fundação Universidade de Brasília (Fubra), Paulo Celso dos Reis Gomes, também foi convocado a explicar a implantação e o funcionamento do novo Modelo Integrado de Gestão e Governança (SIGG) da entidade. Também serão ouvidos o assessor especial da Presidência da Petrobras Rosemberg Pinto; a presidente da Associação de Apoio e Assessoria a Organizações Sociais do Nordeste, Aldenira da Conceição Sena; e os irmãos Donizete Maria Carvalho Coutinho e José Álvares Coutinho Júnior, supostamente envolvidos em irregularidades em obras executadas pela Fundação Francisco de Lima Botelho, no Ceará.
Simone Franco / Agência Senado
18/03/2010
Agência Senado
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