EPITÁCIO CAFETEIRA REPELE DECLARAÇÕES DE MENEM



As declarações do presidente da Argentina, Carlos Menem, que acusou o Brasil de violar as normas do Mercosul com o estabelecimento decotas para a importação de veículos, repercutiramna sessão de hoje (dia 16) do Senado. O líder do PPR, senador Epitácio Cafeteira (MA) criticou a "arrogância de Menen, enquanto o líder do governo, senador Élcio Álvares (PFL-ES) procurava minimizar o episódio.

-A Argentina não vai determinar o que o Brasil deve fazer - afirmouCafeteira, que considerou inadmissível "esse puxão de orelha público e internacional".

Epitácio Cafeteira afirmou que o Mercosul transformou-se num ótimo negócio para a Argentina, porque este país enfrentava sucessivos déficits em seu comércio internacional, e a partir da criação do mercado comum passou à situação inversa, com balanços superavitários. Já o Brasil experimenta posição contrária, afirmou.

O senadormaranhense pediu uma revisão do que vem sendo feitonoâmbito do Mercosul, apontando o que considera como erros de origem. Para Cafeteira, ou os técnicos brasileiros não se interessaram, por não acreditar no Mercosul, ou não estavam capacitados. Ele condenou a abertura das importações para produtos de consumo, no final do ano passado, afirmando que ela foi responsável pelo crescente desequilíbrio nas contas externas brasileiras.

Em aparte ao pronunciamento de Cafeteira, o líder do governo procurou encarar com naturalidade o episódio protagonizado pelo presidente Carlos Menem, seguindo a mesma linha adotada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo Itamaraty. Para Élcio Álvares, o processo de ajustamento das economias dos quatro países-membros do Mercosul enseja problemas desta natureza.

A respeito dosdéficits registrados na balança comercial brasileira dos últimos meses, o líder do governo salientou que, em maio, o país alcançou nível recorde de exportações, atingindo R$ 5 bilhões. Álvares destacou que as importações, majoritariamente de bens de capital, têm contribuído para a modernização do parque industrial, com o reequipamento do setor produtivo nacional.

Já o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou que o presidente Fernando Henrique Cardoso demonstrou equilíbrio e ponderação ao ignorar a "arrogância" de Menem. Requião defendeu o Mercosul como mercado altamente vantajoso para o Brasil.



16/06/1995

Agência Senado


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