"Equipamentos de rádio e radar não são obsoletos", diz diretor do Decea



O diretor-geral do Departamento de Controle de Espaço Aéreo (Decea), major-brigadeiro-do-ar Ramon Borges Cardoso, declarou nesta quarta-feira (20), durante audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito do Apagão Aéreo, que os equipamentos de rádio e radar utilizados no controle de vôos do país "não são obsoletos".

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Essa afirmação demonstra a oposição entre a cúpula da Aeronáutica e os controladores de vôo do país. Enquanto estes últimos alegam, desde o desastre aéreo ocorrido em setembro passado, que têm de trabalhar com aparelhos ultrapassados, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, vem reiterando que o sistema de tráfego aéreo brasileiro é "seguro e moderno".

Ao ser questionado pelo presidente da comissão, senador Tião Viana (PT-AC), sobre a eficiência do sistema, o diretor-geral do Decea respondeu que os equipamentos utilizados no país apresentam "um nível mundial de tecnologia", e que ocorre o mesmo com os softwares (programas) nacionais.

Ainda durante a audiência, o senador João Pedro (PT-AM) perguntou a Ramon Borges Cardoso quais foram as medidas adotadas após o acidente com o Boeing da Gol em setembro, quando morreram 154 pessoas. O diretor-geral do Decea respondeu que "passou-se a ter um cuidado muito maior com o número de tráfegos controlados, o que levou à redução do número de vôos existentes em cada um dos setores do sistema".

Novos atrasos

Já sobre os atrasos ocorridos nos vôos de terça-feira (19), que, conforme suspeitas levantadas, seriam conseqüência de uma nova operação-padrão por parte dos controladores, Ramon Borges Cardoso disse, em entrevista concedida logo após a audiência, que houve uma "dificuldade da área técnica". Ele afirmou que, "enquanto os controladores julgavam que os monitores não estavam em condições de serem utilizados, a área técnica dava o parecer de que esses monitores estavam, sim, em condições de serem operados".

- Como é o controlador quem dá a palavra final quanto à segurança dos vôos, fizemos a troca dos monitores. E, durante a troca, que não é rápida, houve essa demora - declarou.

O diretor do Decea negou, ao ser questionado por jornalistas, que tenha havido qualquer manifestação dos controladores, na terça-feira, visando a uma nova greve. 



20/06/2007

Agência Senado


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