ERNANDES AMORIM COBRA COERÊNCIA DO GOVERNO



O senador Ernandes Amorim (PPB-RO) cobrou nesta quarta-feira (dia 1º) coerência do governo na questão da distribuição de terras através do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) e pediu a interferência da Presidência do Senado na liberação de recursos orçamentários destinados aos estados mais pobres.
- É preciso coerência. O presidente dizia uma coisa e o que acontecia era outra. É preciso que a prática realize a palavra. Não se pode falar uma coisa e fazer outra - disse o senador ao criticar declaração do presidente Fernando Henrique de que está assentando centenas de milhares de sem-terra e destinando cerca de US$ 1,5 bilhão por ano ao Pronaf.
Ernandes Amorim disse que os recursos do Pronaf não estão sendo liberados em Rondônia, que já tem 11 acampamentos de sem-terra, sendo que um deles está ocupando a Fazenda Urupá. O senador explicou que a fazenda ocupada é produtiva e que existem guerrilheiros entre os invasores. Segundo o senador, o Banco do Brasil, responsável pela distribuição desses recursos, estava retendo o dinheiro, pela falta de projetos técnicos.
- Mas, a realidade do setor econômico nesse governo é assim mesmo. Não liga para o que o presidente diz. Até chamam de "lixo" relatório de comisssão desta Casa, e, quando demitidos, saem elogiados por companheiros e chefes que continuam nos cargos que ocupam. O que o governo faz tem que corresponder ao que o presidente diz. Ou então não é o presidente que tem a autoridade - disse o senador.
Ernandes Amorim disse ainda que as palavras do presidente da República em fóruns internacionais, onde esteve recentemente, não correspondem à realidade de seu governo. "E essa postura de esconder a realidade é equivocada. Pode servir a um diplomata, não a um estadista", alertou. Para o senador, não há necessidade de fingir que o Brasil está bem e é tolice pensar que com isso se vai atrair capital estrangeiro. "Significa apenas que os velhos sugadores de sempre afiarão os dentes e agirão com mais voracidade", disse Amorim.
O senador também protestou contra o que chamou de "dilapidação do patrimônio nacional", praticada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) quando financia a privatização de estatais para empresas estrangeiras.

01/12/1999

Agência Senado


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