ERNANDES AMORIM PEDE QUE O GOVERNO SALVE O BEROM
"O governo federal já ajudou vários bancos, por que não ajuda o Banco de Rondônia (Beron)", questionou hoje o senador Ernandes Amorim (PPB-RO) num discurso em que fez um apelo ao presidente da República para determinar que o Banco Central, em vez de liquidar, saneie o Beron. Segundo o senador, é de R$502 milhões a dívida da instituição.
Amorim disse que Rondônia poderá arcar com 50% dos recursos necessários ao saneamento, pois o prejuízo do Beron, antes da intervenção do Banco Central, em 1995, era de apenas R$ 21 milhões. Entre as vantagens do saneamento, apontou também a preservação dos empregos dos que estão prestes a ser demitidos.
- Desta forma, o presidente estará atendendo aos anseios da população de Rondônia, que não deseja o fechamento do Beron e teme este endividamento criado pelo Banco Central, que compromete 10% da renda líquida real do estado, ao longo de 30 anos.
Conforme o senador, antes da intervenção do BC, o Beron tinha R$ 15 milhões em caixa, o que seria suficiente para equilibrar sua situação, visto que devia apenas R$ 21 milhões. Mas houve a decretação do Regime de Administração Especial Temporária (Raet) com duas agravantes - o governo do estado não promoveu a capitalização da instituição e os interventores só fizeram a dívida aumentar.
Amorim lastimou que essa dívida de R$ 502 milhões seja entregue agora à responsabilidade do povo de Rondônia, que não usufruiu desses recursos e que ficará endividada por 30 anos, pagando mensalmente parcelas de R$ 3,9 bilhões - dinheiro suficiente para cobrir 40 quilômetros de asfalto e construir 10 grandes escolas mensalmente.
Em aparte, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) se interessou em conhecer o resultado das investigações sobre lavagem de dinheiro no Beron. Essa denúncia veio a público durante os trabalhos da CPI dos Precatórios.
02/06/1998
Agência Senado
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