ERNANDES AMORIM APONTA DESMONTE DO ESTADO E COBRA PLANO DE METAS



O desmonte do Estado brasileiro cresce em ritmo assustador. A afirmação foi feita pelo senador Ernandes Amorim (PPB-RO) ao apontar a crise em áreas como a agricultura, pecuária e entre a classe trabalhadora. "Com tais desmontes, aumentam os índices de desemprego, analfabetismo, violência, prostituição, fome e miséria. A perspectiva da queda de produção e o desemprego são assustadores. Os exércitos de sem-terra e de desempregados se constituem de blocos que crescem aceleradamente", alertou o senador.Amorim lembrou que na virada do século o Brasil terá 8,6 milhões de jovens desempregados na faixa etária de 16 anos, que vão juntar-se a outros 6,7 milhões de trabalhadores demitidos e aos 37 milhões de trabalhadores da economia informal, sem emprego fixo e direitos trabalhistas. Para o senador, é preciso que o presidente Fernando Henrique intervenha na economia com um plano de metas que invista maciçamente na agricultura e na pecuária, para inverter o fluxo de migração do campo para as grandes cidades. Amorim defende a implementação das reformas tributária e previdenciária e espera que os bancos oficiais abram linhas de crédito com taxas de juros "civilizadas". - É necessário, também, criar legislação mais coerente para a política de importações, para evitar o excesso, a fim de proteger a indústria nacional, como fazem os países mais desenvolvidos - disse Amorim. A política industrial, segundo o senador, deve voltar-se prioritariamente para as micro, pequenas e médias empresas, que absorvem cerca de 90% da mão de obra no país, com investimentos bem inferiores na relação custo-empregado.- Nossa questão neste momento é quebrar a cultura das nossas elites econômicas e financeiras, que se dizem pensantes, que sempre comandaram o Estado a seu favor. Nunca abriram mão de nada. E agora precisarão perder os anéis para conservarem os dedos - concluiu Ernandes Amorim.

14/01/1999

Agência Senado


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