Especial D.O.: Concluído restauro de escola pública tombada pelo Patrimônio Histórico
Obras na EE Rodrigues Alves, na Avenida Paulista, duraram aproximadamente três anos
O número 227 da Avenida Paulista está de cara nova. A construção, do início do século passado, abriga a única escola pública da avenida símbolo de São Paulo, e passou por intenso processo de restauro. As obras na Escola Estadual Rodrigues Alves – tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat) há 21 anos – foram entregues no dia 21. O projeto de restauro integra o Programa de Educação Patrimonial, que visa à conscientização da comunidade escolar sobre a importância da conservação do patrimônio histórico. A revitalização foi realizada em três etapas. A primeira, de julho de 2003 a junho de 2004, abrangeu o restauro das fachadas, impermeabilização, recuperação dos gradis e da cobertura, tratamento paisagístico e recuperação das esquadrias. Foi feito ainda trabalho de conscientização sobre a importância histórico-cultural do bem tombado com professores, alunos, funcionários e pais. A segunda fase durou de maio a setembro de 2005. Nesse período, foram tomados cuidados relativos à proteção contra cupins, feitas as reformas das instalações elétricas e hidráulicas, telefonia, iluminação e segurança. A educação patrimonial esteve novamente em pauta, por meio de oficina de restauração em madeira para os alunos da escola.
Tinta italiana
No mês de julho, começou a terceira etapa, com o restauro dos pisos e forros, dos revestimentos internos e da pintura interna, iluminação, complementação e adequação das instalações prediais. Foram erguidos novos sanitários, incluindo os destinados a portadores de necessidades especiais. Houve readequação das áreas externas do prédio, com tratamento paisagístico, a construção de pisos e nova cobertura de interligação entre as duas edificações que compõem a escola. No processo de recuperação tomou-se cuidado especial com a pintura. Como no Brasil não havia empresa que fabricasse a tinta com a mesma textura e brilho da época em que o prédio foi construído, o produto foi importado de uma fábrica na Itália.
Um painel exposto na escola ilustrará todo o processo de restauração. O Banco Real patrocinou as obras, num investimento de R$ 3,5 milhões, por meio de leis de incentivo fiscal, sem ônus para o Estado. A Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), da Secretaria da Educação, prestou apoio técnico nas áreas de projeto e obra, e a Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia cuidou da execução do restauro. A obra gerou 167 empregos diretos e temporários e 58 serviços especializados.
Inauguração data de 1919
Criada em 1909 como Grupo Escolar da Avenida Paulista, quando o Estado era governado por Manoel Joaquim de Albuquerque Lins, a escola foi, inicialmente, instalada num palacete alugado pelo governo, na esquina da Avenida Paulista com a Rua Pamplona. A construção foi inaugurada em 7 de setembro de 1919, mas as atividades educacionais no prédio já haviam começado no dia 1º de janeiro do mesmo ano. O nome homenageou Rodrigues Alves, presidente do Brasil entre 1902 e 1906, que havia falecido no início daquele ano. Em 1932, o estabelecimento fechou as portas para proteger as crianças e abrigar os participantes da Revolução Constitucionalista.
Em 1979, inaugurou-se um prédio anexo, com três andares e uma quadra sobre o pátio, que atende com mais conforto e segurança os alunos portadores de necessidades especiais. Estão em funcionamento todas as séries do ensino fundamental e o curso de Educação de Jovens e Adultos (EJA) no período noturno. Desde o início dos anos 90, a instituição de ensino forma cerca de 500 estudantes por ano. Abriga 2.185 alunos, distribuídos em 55 classes. Com 72 professores, a Rodrigues Alves tem laboratórios de informática e ciência, sala de leitura, videoteca e
06/01/2006
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