Especial D.O.: Projeto Guri amplia atividades para mais 150 municípios até o final do ano
Novas unidades beneficiarão mais 20 mil crianças e adolescentes, com aulas de música e noções de respeito e cidadania
Novos pólos do Projeto Guri serão criados até o fim do ano. O governo do Estado, a Secretaria da Cultura e a Associação Amigos do Projeto Guri assinaram um termo de lançamento de expansão do Projeto Guri com esse objetivo. A ampliação beneficiará mais 20 mil crianças e adolescentes (de 8 a 18 anos), que, além de aprender música, desenvolverão sociabilidade, auto-estima e senso de cidadania. As novas unidades do Guri atendem às solicitações de 150 municípios paulistas, cujos prefeitos assinaram o documento. A finalidade é formalizar o lançamento dos novos pólos previstos no termo de compromisso de resultados, firmado em maio de 2005.
Para definir os locais dos próximos postos nas 150 regiões, equipe técnica do projeto visitou cada local e estudou a viabilidade para a sua criação. Os critérios analisados foram infra-estrutura, espaço adequado para as aulas e se havia professores qualificados na cidade. “Com a inauguração, os jovens, além de manterem contato com a arte, receberão noções de disciplina e responsabilidade, e isso ajudará na formação de cidadãos de bem. Sem contar que mais de 600 empregos serão gerados diretamente”, lembra a diretora-executiva da Associação Amigos do Projeto Guri, Elizabeth Lopes Parro.
Organização social – Criado em novembro de 1995, com o objetivo de promover a inclusão sociocultural por meio do ensino coletivo da música, o Projeto Guri atende a 26 mil alunos em 213 pólos distribuídos por São Paulo, entre os quais 47 na Fundação do Bem-Estar do Menor (Febem). Há também um em Maringá (PR) e outro em Estância Velha (RS).
A ação nasceu na Secretaria da Cultura de São Paulo. Ao longo do tempo, conquistou o apoio de vários setores da comunidade, como organizações do terceiro setor e iniciativa privada. Em 1997, um grupo de voluntários criou a Associação Amigos do Projeto Guri, com o objetivo de colaborar técnica e financeiramente com o projeto.
Em junho de 2004, a associação foi qualificada como organização social na área da Cultura, sem fins lucrativos. Em novembro do mesmo ano, a pasta da Cultura assinou contrato de gestão com a organização, que passou a ser responsável pelos resultados e pela administração do projeto. A entidade busca apoio e capta recursos no setor privado, por meio de leis de incentivo, mas o principal mantenedor do Guri é o governo paulista.
Terceiro setor – Constam do contrato de gestão metas a serem alcançadas pela organização e as obrigações das partes. Periodicamente, a entidade passa por avaliação e monitoramento da Comissão de Acompanhamento da Secretaria da Cultura, que apura as metas e as obrigações contidas no contrato. Há também auditorias do Tribunal de Contas do Estado em relação à aplicação do dinheiro público, bem como outras realizadas por auditores independentes, além da fiscalização do Conselho de Administração da associação.
“A grande vantagem da administração do Projeto Guri ter passado para a organização social é aliar o conhecimento sobre o programa e o ensino de música a uma moderna gestão de atividades sociais que pode ser realizada por um organismo do terceiro setor, o que permite mais agilidade e flexibilidade de gestão”, explica Elizabeth. Segundo a diretora-executiva, isso é muito positivo na área cultural. Cita como exemplo a necessidade de contratação de funcionários ou artistas por um período curto, muitos deles apenas enquanto dura uma atividade específica. “A flexibilidade administrativa facilita essa negociação”, esclarece.
Atividades em grupo – O Projeto Guri oferece gratuitamente cursos de violino, viola, violoncelo, baixo acústico, violão, cavaquinho, viola caipira, percussão, saxofone, clarinete, flauta, trompete, trombone e canto coral. São aproximadamente 1,5 mil colaboradores, capacitados para ensinar aos jovens não somente como tocar instrumentos musicais, mas também respeito e responsabilidade. Dessa forma, contribuem para o desenvolvimento, nas crianças e adolescentes, do espírito de atividades em grupo.
Não existe a pretensão, no projeto, de formar músicos profissionais, mas o de qualificar seus alunos para que tenham atitude positiva diante das dificuldades da vida, para que sejam confiantes e tenham dinamismo necessário para vencer obstáculos e procurar conquistar suas metas. Por colaborar na formação do caráter e da personalidade dos seus participantes, o Guri tem sido considerad
06/26/2006
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