Especialistas alertam para gravidade da situação da dengue no país



A situação do Brasil em relação à dengue se aproxima do quadro asiático, que é grave, e por isso a doença precisa ser colocada como prioridade entre as ações de saúde no país. O alerta foi feito pelo secretário substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Fabiano Geraldo Pimenta Júnior, durante audiência pública realizada nesta terça-feira (26) pela Subcomissão Permanente de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde. Na mesma reunião, o secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Jurandi Frutuoso, disse que a dengue não tem condições de ser erradicada no país nos próximos 30 ou 40 anos.

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- Não dá para combater a dengue somente através de campanhas publicitárias ou por ações isoladas. A luta tem de ser diária e deve contar com apoio e compreensão da população - advertiu Jurandi Frutuoso, ao informar que 90% dos focos da dengue estão localizados em residências.

Por isso, o secretário-executivo do Conass pregou mudanças na estratégia de comunicação dos governos para que a população seja alertada sobre a necessidade de ajudar a combater a dengue, a começar por ações simples, como não deixar água acumulada em pneus, baldes e xaxins.

Dificuldades

Jurandi Frutuoso também pediu mais recursos para o combate ao mosquito aedes aegypti, que transmite a dengue, bem como a aprovação, pelo Congresso Nacional, de uma legislação clara que possibilite que os agentes possam entrar nos domicílios para prevenir a doença. Dados estatísticos, segundo revelou Frutuoso, dão conta de que, somente no estado do Rio de Janeiro, 40% das residências não são visitadas pelos agentes da dengue, por estarem fechadas ou porque os proprietários impedem a entrada dos agentes alegando motivos de segurança.

Para o representante dos secretários de Saúde, o combate à dengue ultrapassou a área de saúde e envolve questões relacionadas ao crescimento desordenado das cidades, já que em muitas delas não existe sequer água encanada ou esgotamento sanitário. Ele também destacou, como outro fator de proliferação da doença, a falta de tratamento ou o tratamento inadequado do lixo.

Já o secretário substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde afirmou que a ocorrência da dengue no país "é endêmica e tem caráter epidêmico".

- O Brasil se aproxima do quadro asiático, onde a situação é grave - alertou Fabiano Pimenta, ao pregar ações integradas entre União, estados e municípios no combate à dengue.

A Subcomissão Permanente de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde funciona no âmbito da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).



26/06/2007

Agência Senado


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