ESPERIDIÃO AMIN DIZ QUE NADA MUDA SEM DESENVOLVIMENTO CULTURAL



"Não há notícia de grandes transformações nos destinos das nações, sem que o desenvolvimento econômico se faça acompanhar de processo análogo na área cultural". A afirmação é do senador Esperidião Amin (PPB-SC), ao reportar-se à recente comemoração do Dia da Cultura e da Ciência, o qual, em sua opinião, deve atrair a atenção de todos, visto ser questão de vital importância no processo de desenvolvimento dos povos.

Lembrando o ensinamento de Confúcio sobre a necessidade de tornar os homens capazes de sobreviver antes de proporcionar-lhes cultura, Amin disse que, embora não querendo contestar pensamento consagrado pela tradição milenar, não consegue "dissociar a necessidade material da necessidade cultural". Em sua opinião, aos homens não deve ser assegurado apenas o suprimento de necessidades básicas, como habitação, saúde, emprego e educação.

Isso porque ele considera que "a especificidade da natureza humana está, exatamente, na sua unidade biopsicossocial, que não permite a segregação ou a hierarquização das necessidades". No entender do senador, "mesmo as necessidades básicas são, também, necessidades culturais, no sentido antropológico do termo".

Esperidião Amin também explicou que não se pode mais falar no termo cultura significando apenas a cultura erudita, de acesso restrito. "A cultura que nos interessa trazer à pauta é a da realização humana em sua totalidade. Assim, não podemos apartá-la de qualquer projeto de retomada do desenvolvimento e de recuperação do sistema educacional".

Conforme o senador, desde o Renascimento, "período em que às descobertas e invenções corresponderam realizações imortais na cultura", até os casos recentes de renascimentos econômicos, como o dos Tigres Asiáticos, pode-se identificar a simultaneidade dos processo de desenvolvimento econômico e cultural. Para Amin, "é a cultura que dá sentido às ações humanas, permitindo a identificação comunitária, a integração no repertório universal de realizações e a conquista da transcendência, única e verdadeira forma de imortalidade".



07/11/1997

Agência Senado


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