Estão aptos a votar neste ano 176.578 jovens









Estão aptos a votar neste ano 176.578 jovens
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) anunciou ontem que 176.578 jovens entre 16 e 18 anos fizeram o título, estando aptos a votar nas eleições gerais deste ano. O número supera o contingente dessa faixa etária em todas as outras disputas à Presidência da República e ao governo do Estado. Em 1990, alistaram-se 161.977. Em 1992, estavam aptos a votar 122.617 jovens entre 16 e 18 anos e, em 1998, houve a menor participação da juventude nas eleições desde que o voto nessa faixa etária foi instituído, através da Constituição federal, dez anos antes, de forma facultativa: 102.864. A marca desta disputa, porém, não superou o índice atingido nas eleições municipais de 2000, quando 188.326 jovens fizeram o primeiro título. O diretor-geral do TRE, Antônio Augusto Portinho da Cunha, observou que, por serem mais próximas ao eleitor, as disputas municipais fazem com que haja, naturalmente, maior procura por títulos.
O presidente do TRE, desembargador Clarindo Favretto, atribuiu o maior interesse de jovens em fazer o documento neste ano à campanha feita em parceria com a Assembléia Legislativa e a Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão. Foram visitadas escolas particulares, estaduais e municipais e veiculadas propagandas em rádio e TV. Ele considerou o resultado positivo pelo pouco tempo de divulgação da campanha, que começou em 1º de abril. Durante cerca de um mês, já que no dia 8 o prazo de alistamento se encerrou, 77.744 jovens procuraram cartórios eleitorais para fazer o título no Estado. Em comparação ao início do ano, a emissão de títulos eleitorais aumentou 79%. Só em Porto Alegre, foram emitidos 16.189 documentos. O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Zambiasi, exaltou a campanha, dizendo ter sido um sucesso de conscientização e de responsabilidade. Ele e Favretto defenderam que a iniciativa passe a ser permanente nos anos eleitorais, incentivando os jovens a votar. Estariam aptos a participar das eleições deste ano cerca de 400 mil jovens entre 16 e 18 anos no Rio Grande do Sul.


Hohlfeldt pede renúncia da cúpula
Defende hoje, durante reunião de vereadores, que o futuro presidente regional tenha a própria executiva

O vereador Antônio Hohlfeldt defende hoje a renúncia coletiva da executiva regional do PSDB para dar espaço à escolha de nova cúpula. O parlamentar apresenta a proposta na reunião da associação de vereadores tucanos do Rio Grande do Sul, marcada para discutir com líderes do partido a votação que indicará o novo presidente do comando regional, no dia 25 deste mês, e a campanha eleitoral para outubro. O cargo está sendo ocupado interinamente pelo 1O-vice-presidente, Sanchotene Felice, desde a renúncia de Carlos Albuquerque, em 25 de abril. O PSDB tem 180 vereadores no Rio Grande do Sul. Hohlfeldt considera que o comando do partido ficou aos pedaços depois da morte de Nelson Marchezan, em fevereiro deste ano, e da saída de Carlos Albuquerque. 'O futuro presidente deverá ter a própria executiva', ponderou o vereador.

O prefeito de Canoas, Marcos Ronchetti, discorda de Hohlfeldt. Ele sustentou que a liderança do partido foi eleita pela maioria e deve permanecer respaldada por esse apoio. Ronchetti chegou a se apresentar como candidato à sucessão de Marchezan, mas se retirou da disputa em favor de Carlos Albuquerque por ser 'um político mais experiente'. A tendência é pela confirmação de Sanchotene no comando, tendo o prefeito de Carazinho, Iron Albuquerque, como vice. O dirigente interino disse que não pretende concorrer, mas está à disposição para colaborar. A dupla tem o apoio dos prefeitos do partido e do grupo de Marchezan. Iron preside a Associação de Prefeitos do PSDB e era ligado ao então presidente.

A deputada federal Yeda Crusius afirmou que não pretende interferir no processo sucessório. Ela enfatizou que quer se manter preocupada apenas com o seu mandato. A parlamentar traça o perfil desejado para o futuro dirigente. 'Quero ver no presidente autoridade, fidelidade e compromisso com os tucanos', definiu. O ex-governador Vicente Bogo também não defende nem veta candidaturas. De acordo com ele, o novo comandante deverá ser escolhido preferencialmente por consenso e ter trânsito dentro e fora do PSDB. 'Devemos buscar um líder que represente referência para o partido', explicou. Yeda e Bogo são pré-candidatos ao governo do Estado. Porém, o PSDB somente decidirá se concorrerá com chapa própria ou se integrará aliança depois da definição do novo presidente regional.


Aécio aponta clima de terrorismo na campanha
O presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, do PSDB, classificou ontem a campanha para a Presidência como 'clima de terrorismo permanente'. Segundo ele, os candidatos devem apresentar as propostas enfatizando as diferenças. Sobre o PT do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, Aécio disse que fala de estabilidade, mas vota pelo aumento de despesas para o Estado e contra todas as medidas que resultem em acréscimo da arrecadação.


Alvarez e Utzig antecipam saída
Os secretários municipais da Indústria e Comércio, Cezar Alvarez, e da Fazenda, José Eduardo Utzig, anteciparão a saída dos cargos, que seria no final do mês, para o dia 17. Eles assumirão a coordenação da campanha do ex-prefeito de Porto Alegre Tarso Genro ao governo do Estado. A secretária de Comunicação, Vera Spolidoro, deixou ontem o cargo na prefeitura para integrar o grupo, além do diretor do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), Carlos Pestana, que nos próximos dias passará a se dedicar à campanha do ex-prefeito Raul Pont a deputado estadual. Assumirão Paulo de Tarso Carneiro na Indústria e Comércio, Flávio Helmann no Demhab. Ilza do Canto passará segunda-feira a comandar interinamente a Comunicação.
Há impasse na indicação de Ricardo Collar para a Secretaria da Fazenda porque sofre resistência de setores do partido. O diretório municipal do PT se reunirá no dia 18 para solucionar o problema. Caso Collar não seja confirmado, assumirá interinamente o secretário adjunto da Fazenda, Rafael Torino.

A posse dos novos secretários municipais está marcada para o dia 20. Em reunião do diretório estadual, hoje, o partido define os outros integrantes da coordenação da campanha de Tarso. Os partidos da Frente Popular, formada por PT, PSB, PC do B e PCB, reuniram-se ontem à tarde, na sede estadual do PT, para definir a participação de cada um na promoção da candidatura. Eles integrarão também o conselho político da campanha.


Financial Times destaca populismo de Garotinho
O jornal britânico Financial Times destacou ontem o avanço de Anthony Garotinho, traçando perfil de populista do candidato do PSB à Presidência. O jornal salientou que Garotinho está tecnicamente empatado nas pesquisas com o candidato do governo, José Serra, e 'sua mistura de religião e política tem se mostrado popular'. Segundo o texto, ele ganhou projeção nacional através de medidas de impacto no Rio.


Fortunati aposta no apoio do PTB
O candidato do PDT ao governo do Estado, vereador José Fortunati, afirmou ontem que confia no apoio do PTB gaúcho à sua campanha. A decisão do partido será tomada segunda-feira, em Porto Alegre, durante reunião entre as executivas estadual e nacional. Fortunati alegou que a aceitação da sua candidatura vem aumentando nas últimas semanas, demonstrada por dezenas de telefonemas de filiados do PTB garantindo apoio. Segundo ele, a definição do candidato a vice deverá acontecer o mais rápido possível para dar novo impulso à campanha. Ressaltou que a eventual escolha da secretária-geral do PTB, Sônia Santos, representará excelente opção e fortalecerá a chapa.


Guanaes será responsável pelo marketing de Serra
A estrutura operacional e política da campanha do senador José Serra, do PSDB, à Presidência da República está sendo concluída. A informação é do coordenador da candidatura, deputado Pimenta da Veiga. O publicitário Nizan Guanaes, com quem Pimenta se reuniu ontem, será o responsável pelo marketing. A diretoria executiva ficará com o ex-ministro da Justiça Milton Seligman e o ex-senador José Richa participará do núcleo político da campanha.


Maluf acredita que PPB dará liberdade de adesão
O candidato do PPB ao governo paulista, Paulo Maluf, disse ontem que os diretórios regionais do partido estarão liberados para apoiar quem preferirem à Presidência da República. Ele negou que apóia o candidato do PSB, Anthony Garotinho. 'Para dar qualquer opinião, eu teria de considerar o que pensam os líderes do partido. A tendência é que nesse 1O turno não haja apoio formal a ninguém', acredita.


Mudança na LRF reduz 'manobra'
As modificações na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), feitas quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF), trarão efeito mais prático para estados e municípios que não reduziram gastos com pessoal para ficarem dentro dos limites estabelecidos. Segundo o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, a suspensão do artigo que facultava ao poder público a possibilidade de reduzir salários ou jornada de trabalho para adequar os gastos restringirá 'a margem de manobra' de administradores.

O secretário executivo do Ministério do Planejamento, Simão Cirineu, informou que Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Alagoas são os três estados que não se adequaram à lei de responsabilidade. Para esses governos, Bier disse que a redução dos gastos com a folha terá de ser feita por demissão ou outras prerrogativas, como aumento de receita ou suspensão de novas contratações.

Por insistência do relator da ação no STF, ministro Ilmar Galvão, será reexaminada nos próximos dias a regra sobre o limite fixado para gastos de pessoal. A eventual suspensão dessa parte da lei foi considerada um complicador no quadro de instabilidade nas expectativas dos investidores. 'O risco Brasil está aumentando e não podemos arranhar o ajuste fiscal, o esteio da credibilidade do país', afirmou o líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira. Além disso, a alteração poderia ser interpretada como casuísmo por beneficiar setores do Judiciário.


Pimenta classifica Lula como tucano barbado
O coordenador da campanha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga, disse ontem que Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, quer se passar por neotucano. 'Lula é um tucano barbado. Age de maneira não espontânea, o que pode ser contraditório na sua campanha', ressaltou. Pimenta garantiu não se preocupar com pesquisas e afirmou que, quando os debates começarem de fato, Lula cairá.


Rigotto afirma que radical não vence
As campanhas baseadas no radicalismo ideológico, de esquerda ou de direita, serão derrotadas em outubro, segundo o candidato do PMDB ao governo do Estado, deputado federal Germano Rigotto. Ele classificou ontem a sua campanha como de centro-esquerda e sustentou que é o único candidato capaz de agregar as forças políticas no 2O turno. 'O eleitor reprovará candidatos raivosos e extremados que ficam se acusando mutuamente. Ninguém agüenta mais essa guerra política na qual o Estado foi transformado. Todos querem paz', observou Rigotto. Conforme ele, a sua candidatura avançará como alternativa ao fanatismo ideológico e ao personalismo pregados por alguns partidos.


Simon diz que há acerto nos estados
O senador Pedro Simon declarou ontem que o comando nacional do PMDB trabalha para fazer aliança com o PSDB nos estados em que há dificuldades de aproximação e desavenças. Lembrou que o PMDB está dividido na disputa à Presidência da República, com alguns líderes defendendo a coligação e outros pedindo a candidatura própria, embora essa posição seja considerada por ele enfraquecida. Questionado sobre a qual grupo pertencia, Simon disse que não tem ala. 'Deixei de ser candidato porque fiquei sozinho', afirmou. O senador estimou que, até a convenção de junho, deverá ser aprovado pelo partido o candidato a vice-presidente para compor a chapa do tucano José Serra.


STF
A Associação Brasileira dos Constitucionalistas pediu ontem, em nota oficial ao Senado, objetividade na apreciação da indicação do advogado-geral da União, Gilmar Mendes, para o Supremo Tribunal Federal (STF). No texto, a associação disse que a iniciativa se deveu 'à ameaça de transformar a escolha de membro para a Suprema Corte num pleito político', enfatizando o 'notável saber jurídico' de Mendes. A Universidade de Brasília também enviou ofício ao presidente do Senado, Ramez Tebet, lembrando que Mendes fez a graduação e o mestrado e é professor concursado da instituição.


Tucanos avaliam como frágeis novas denúncias
A direção da campanha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, avaliou ontem como frágeis as denúncias sobre supostos atos irregulares que teriam sido praticados por ele em parceria com ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira. A Folha de São Paulo denunciou que o ex-diretor favoreceu, em 1995, empresas de um dos doadores de campanha de Serra. Os tucanos disseram que, se esse teor for mantido, não terão problemas.


Artigos

A propósito do dia das mães
Elza Maria Robin Zenkner

Para falar de mãe é preciso falar de pai. Um não seria o que é sem o outro. Porque cada parte é em relação à outra parte. Pode-se afirmar que a maternidade não pode ser pensada sozinha. É um projeto a dois. E, sendo um projeto a dois, com o passar do tempo vai sendo enriquecido com a chegada de filhas e filhos. Quando os projetos de vida são pensados comunitariamente, os membros da família tornam-se apoio mútuo em todas as situações. As relações são vividas no respeito à individualidade e aos direitos de cada parte. Mãe, pai, filha, filho, irmão, irmã. É nessa primeira comunidade da vida que o ser humano aprende a ser pessoa. Nas outras, alarga-se o horizonte e concretiza-se o sonho. Quando as condições permitem isso acontecer.

O Dia das Mães, iniciando-se nos Estados Unidos por uma filha saudosa de uma mãe que morrera, tende cada vez mais a tornar-se um 'dia da família', tempo de parar e avaliar a justeza das relações nessa primeira comunidade humana. A mulher contemporânea, trabalhando fora como meio de auxiliar na manutenção da família e/ou como realização de ser humano que possui as mesmas condições do homem no campo do saber e do fazer ou trabalhando no lar, é uma pessoa a ser aceita como um ser, cujas opiniões e atitudes são frutos de uma conquista de muito tempo de luta num mundo desigual para mulheres e homens. Sexismo, racismo, empobrecimento social têm atrapalhado uma caminhada mais homogênea das mulheres e dos homens de nossa sociedade. Mas, num esforço quase sobre-humano, elas emergem como mães e profissionais que cooperam na recriação da vida neste mundo tão desfigurado.

Pai, filhos, filhas é que tornam a mulher mãe. O esforço conjunto da família é que a torna pessoa. E, é claro, com a iniciativa do processo partindo dela, sujeito que é da liberação do jogo desigual que tem sido posto sobre ela desde tempos imemoriais. Com esse sentido, o Dia das Mães toma nova conotação. Sem as emoções que tendem a tornar a mãe um ser quase sobrenatural (e, por isso, na realidade, inexiste), a mulher-mãe tem que ser vista e aceita como uma das partes da humanidade que coopera na perpetuação da espécie humana e que, como a outra parte, tem deveres e direitos. Hoje sabemos que perpetuar a espécie não é o único objetivo de um casal e que, a cada dor de parto acontecendo e a cada choro de criança nascendo, surge a esperança no futuro. Um futuro que caminha para o futuro de Deus: tempo do reino, tempo da justiça e da alegria.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

PFL ASSUSTA TUCANOS
1) O Correio da Bahia publicou ontem entrevista do ex-senador Antônio Carlos Magalhães. A certa altura, afirmou que 'Lula não é nenhum bicho-papão', acrescentando que 'o Brasil vive democracia plena e tem condições de assimilar qualquer candidato que seja eleito presidente'. Faz parte da manobra para provocar calafrios no PSDB, diante da possibilidade de Lula e Serra disputarem 2O turno e o PFL, como tem insinuado, vir a apoiar o PT.

2) Empresários gaúchos consideraram muito próximas as propostas de Lula, Serra, Ciro e Garotinho apresentadas no encontro da CNI. Porém, foi mais esclarecedor do que o batido modelo de debates, com minutos e segundos preestabelecidos, que viram gincana com armadilhas e pouco informam.

NÃO GOSTOU
A assessoria de Lula preferiria silenciar, mas ontem deixou vazar que não gostou da invasão do MST na Estância Invernada, sob alegação de que 'a propriedade é muito grande'. Manterá toda a distância.

MULHER NO PODER
Após convenção, o PMDB de Porto Alegre passará a ser comandado por Nicéia Brasil. O presidente Mendes Filho e o 1O vice Fernando Zachia vão se licenciar para concorrer. Nicéia é 2a vice-presidente.

AGORA VAI
A Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados recebeu ontem a minuta de edital, elaborada pela Metroplan, que vai pôr em atividade dois barcos de passageiros entre Porto Alegre e Guaíba. A votação dos conselheiros ocorrerá até o final do mês. A rota funcionou da metade da década de 40 até o começo dos anos 60. Chegou a transportar 600 veículos e mil passageiros por dia. Só parou com a ponte Getúlio Vargas.

PARA DESENVOLVER
Importante setor de produção e industrialização da Zona Sul negocia com o governo do Estado programa de desenvolvimento setorial. Há pendência num pequeno detalhe com o risco de reverter à estaca zero.

PORTA FECHA
A saída abrupta de Jorge Francisconi da direção do Departamento Nacional de Trânsito, ontem, significa perda para o Rio Grande do Sul. Era uma porta aberta em Brasília para o encaminhamento de soluções dos problemas do setor no Estado.

NO PALCO
Ninguém satiriza políticos brasileiros com tanta pimenta como Juca Chaves, o Menestrel Maldito. 'Moro há quatro anos na Bahia e não faço nada. É meu curso de preparação para ser ministro', ironiza. Estará hoje (21h) e amanhã (20h) com apresentações no auditório da Amrigs.

SEM RUÍDOS
O deputado Sérgio Zambiasi e a secretária-geral da executiva estadual do PTB, Sônia Santos, estão perfeitamente afinados para a reunião de segunda-feira, em Porto Alegre, com comando nacional do partido. Esforço é para evitar confronto.

JOGO DURO
Publicada no Diário Oficial portaria que obriga o INSS a fiscalizar regimes próprios da União, de estados e municípios. Motivo para sonegadores e inadimplentes tremerem.

EM 1947
Há 55 anos, neste mesmo dia, Getúlio Vargas pronunciou o único discurso como senador. Ao falar sobre a política financeira de seu governo entre 1930 e 1945, foi violentamente aparteado e decidiu se recolher à fazenda de São Borja. De lá só saiu para a campanha vitoriosa que o elegeu presidente em 1950.

APARTES
Frente do Theatro São Pedro vira terminal de ônibus. Assim não dá.

PT contra-ataca: Ciro Gomes renunciou à Prefeitura de Fortaleza em 1989 para concorrer ao governo.

Nenhum diretório regional do PMDB deu mais do que nota 4 à propaganda nacional do partido em TV.

Gaúcho Eduardo Krause eleito por aclamação coordenador do comitê jurídico da Associação Brasileira das Agências de Regulação.

Embaixador no Mercosul, Jorge Ribeiro visitou o presidente do Tribunal de Justiça Militar, Bona Garcia.

Concluída pesquisa do PPS entre internautas: 53,7% vêem com satisfação Patrícia Pillar na campanha.

Com viagens de Amin e Bauer, desembargador Amaral e Silva assume governo de S. Catarina por 13 dias.

Deu no jornal: 'Serra pede e PMDB diz apressar definições'. Até agora, nada com coisa nenhuma.

Retrato das pretendidas alianças: deixar como está para ver como fica.


Editorial

UMA CHAMADA À RAZÃO

O ministro Malan, no 14O Fórum Nacional do Instituto de Altos Estudos Brasileiros, realizado no Rio recentemente, na sede do BNDES, desenvolveu temas de alta relevância e oportunidade. Falou a respeito dos projetos que os candidatos à Presidência da Nação devem formular ao eleitorado quando a campanha chegar, de acordo com a legislação, à fase própria. O ministro espera que os postulantes à direção do país definam de maneira clara o que pensam sobre o crescimento econômico, especialmente medidas de atração de capitais externos não especulativos, responsabilidade fiscal, controle da inflação e regime cambial, coisas assim fundamentais num programa administrativo a ser exposto pelas diversas candidaturas.

O senhor Pedro Malan é tido e havido como um técnico a quem a política se resume à maneira pela qual os problemas fazendários são resolvidos desde a legislação tributária até a resenha de gastos. Infenso a injunções tão comuns na esfera palaciana administrativa, só quer saber da administração do cofre, de cujas condições todo o demais depende. Seu alerta chama à realidade aqueles cidadãos que se alçam, nos diferentes partidos políticos, à condição de aspirantes ao cargo maior da vida pública no sistema presidencialista que adotamos com a República. Em verdade, mais do que outros temas quaisquer, são fundamentais, sínteses da arrecadação de meios de atendimento dos demais. Injustificável, portanto, não serem prioritários, cedendo passo a menores.

Tratar o problema fiscal com a universalidade que deve ter, sem arrocho para alguns e folga para outros - estes, aliás, os mais poderosos -, é imposição da própria democracia política. Controlar a inflação em termos técnicos e não apenas epidérmicos e regime cambial adequado representam itens essenciais ao desenvolvimento da economia, tudo em contradição à política adotada no primeiro mandato de FHC pelo próprio senhor Malan, certamente por imposição superior da qual agora se penitencia. Nunca é tarde para retificar rumos perdidos. Estamos diante de uma chamada à razão.


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05/11/2002


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