ESTEVÃO APÓIA PRISÃO PERPÉTUA PARA CRIME HEDIONDO
O apoio à proposta de instituição da pena de prisão perpétua para crimes hediondos, apresentada pelo empresário Massataka Ota, que teve o filho seqüestrado e morto em setembro de 97, foi anunciado nesta sexta-feira (dia 14) pelo senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Massataka Ota esteve nesta quinta-feira (dia 13) em Brasília trazendo um abaixo assinado com 2,5 milhões de assinaturas em apoio à sua proposta. Luiz Estevão lembrou que, na mesma época em que acontecia o seqüestro de sua filha e o seqüestro do filho de Massataka, o Congresso Nacional discutia a redução da pena para crimes hediondos. De acordo com o Código Penal, a pena máxima para um criminoso é de 30 anos.- Não podemos ficar indiferentes à luta do senhor Massataka. Uma pessoa que comete crime hediondo, como seqüestros, apresenta gravíssimos desvios de personalidade e de comportamento e, depois de 20 e poucos anos de prisão, estarão de volta ao convívio da sociedade, provavelmente com os mesmos defeitos - avaliou o senador.Em aparte, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) disse ter acompanhado de perto o seqüestro da filha de Luiz Estevão. "Confesso que só com a presença de Deus Vossa Excelência conseguiu superar o trauma diário e passar pelo que passou, inclusive a canalhice que tentaram lhe impor. É preciso muita força interior para subir nesta tribuna e mostrar a outros pais do que podem ser vítimas", afirmou Cabral.O senador Lúdio Coelho (PSDB-MS) lembrou do seqüestro de seu filho Ludinho por um tenentes da Polícia Militar do seu estado, um advogado e um professor. "Fui muito pressionado para fazer justiça com as próprias mãos. Mas, entendi que pagar para assassinar aqueles bandidos seria como pagar para matar um porco. Decidi que não seria conveniente e respeitei a lei", revelou o senador. Os seqüestradores, explicou Lúdio, foram condenados a penas que variavam de 25 a 30 anos, mas após 9 anos de prisão foram libertados. O senador disse ser favorável à pena de morte para "bandidos irreversíveis" como meio legítimo de defesa da sociedade e apoiou a proposta de prisão perpétua. Luiz Estevão destacou a "coincidência triste e deplorável" da participação de policiais nos três seqüestros. "Não são pessoas desesperadas e passando fome. São pessoas treinadas para proteger a sociedade, mas que utilizam esse conhecimento para atacá-la", observou o senador. Estevão lembrou que já apresentou dois projetos de lei para dificultar a ação de seqüestradores. Um dos projetos estabelece a indisponibilidade de bens de familiares da vítima. O outro projeto aumenta a pena desse tipo de crime de 30 para 50 anos de prisão.
14/05/1999
Agência Senado
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