Estudantes do Projeto Rondon conhecem extremos da realidade brasileira



Um grupo de estudantes de diversas áreas da saúde e um professor,  participantes do Projeto Rondon, vindos de universidades e regiões diferentes, embarcaram, há duas semanas atrás, no Navio-Auxiliar Pará, em Belém (PA), com o objetivo de participar de uma ação cívico-social (Aciso) realizada pela Marinha do Brasil.

O grupo tinha três desafios para transpor. Em pouco tempo, precisavam transformar esse grupo, que até então só se conheciam virtualmente, em uma equipe, fazer com que o grupo tivesse sucesso na aprendizagem, além de se unir ao trabalho da Marinha para cuidar e trocar saberes com as populações atendidas.

Foram 14 dias navegando 805 km, entre o Rio Pará e a Região dos Estreitos, para atender pacientes. Após a embarcação atracar nas proximidades dos municípios e comunidades, os rondonistas faziam visitas aos moradores para divulgar o atendimento da Aciso. Oficiais da Marinha distribuíam senhas para atendimento pela manhã e tarde, em três consultórios médicos, dois odontológicos e um de enfermaria, além de providenciar o transporte em embarcações menores até o Navio Pará.

Depois do primeiro contato com os moradores em casa, a triagem e a orientação na parte de baixo do navio, em uma espécie de sala de espera organizada no porão de cargas, os pacientes eram atendidos na parte superior da embarcação.

Um dos principais problemas identificados foi a estreita relação que os ribeirinhos têm com os rios, que poderia ser saudável, não fosse a contaminação por esgoto e outros detritos.

Navio Pará

A equipe comandada pelo professor Denis Dockhorn, acomodou-se nos 25 camarotes com banheiro (quatro camas nos femininos e duas nos masculinos). As refeições eram feitas nas Cobertas de Rancho, as reuniões diárias na sala de aula para análise do trabalho do dia. As sessões de cinema e jogos eletrônicos nas noites de descanso na Praça D’armas ajudaram a formar, na prática, futuros profissionais de saúde mais conscientes de seu papel social nos extremos da realidade brasileira.

Diversidade Cultural

Como é recorrente nas operações do Rondon, o choque cultural leva os estudantes a refletirem sobre a aplicação do que aprendem na academia. É o caso da estudante de Serviço Social da Faculdade Projeção (DF) Antônia de Aragão, que se deparou com casos de falta de informação sobre direitos e políticas públicas. “Várias coisas me marcaram. O patriarcado é forte, a mulher se torna um objeto, não tem perspectiva. Muitas pessoas têm o perfil de receber assistência, mas não sabem disso”, analisa a estudante.

Leia mais:

Projeto Rondon inicia atividades no Pará e em Tocantins 

Fonte:

Ministério da Defesa



24/07/2012 21:00


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