Estudo de 2008 aponta Brasil como campeão em consumo
Matéria corrigida às 18h50
Em março de 2008, em seu relatório anual, a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), órgão das Nações Unidas, mostrou o Brasil como o maior consumidor de remédios para emagrecimento do mundo, chegando a consumir, junto com os Estados Unidos e a Argentina, 75% do que é produzido. O relatório indica que o consumo per capita dos remédios para emagrecer, ou anorexígenos, no Brasil chegou a 9,1 doses diárias por mil habitantes entre 2002 e 2004 - um aumento de mais de 20% em relação ao período entre 1992 a 1994.
Segundo a Jife, de cada mil brasileiros, 12,5 já usaram medicamentos para emagrecer. O consumo em 2005, por exemplo, foi quase três vezes maior que o norte-americano naquele mesmo ano. Especialistas afirmam que o problema é maior entre as mulheres: para cada homem que usa anorexígeno, existem dez brasileiras que consomem esse tipo de medicamento.
A agência brasileira de vigilância sanitária - Anvisa - afirma que o alto consumo de remédios deste tipo no Brasil está associado à procura por tratamentos "milagrosos" para emagrecimento e defende uma mudança de atitude dos médicos, diminuindo o número de receitas.
Já Argentina e Chile são citados pela Junta como exemplos de países que adotaram medidas efetivas de controle do uso de estimulantes para redução do apetite. Segundo o relatório, a Argentina conseguiu reduzir o consumo de 11 doses diárias por mil habitantes, no período entre 1992 e 1994, para cinco doses entre 2002 e 2004. A redução verificada no Chile foi ainda mais acentuada: de 12,5 para menos de uma dose diária entre os dois períodos.
De acordo com a Jife, o uso de anfetaminas como supressores de apetite teve um aumento considerável também na Austrália, Cingapura e Coréia do Sul, enquanto na Europa - principalmente em Portugal, Dinamarca, Itália, Malta, Irlanda e França - o consumo dessas substâncias teve uma redução.
A sibutramina foi proibida nos EUA e Europa em 2010.
Cíntia Sasse / Jornal do Senado
07/06/2011
Agência Senado
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