Evento marca o Dia Nacional contra a Corrupção
O representante do escritório das Nações Unidas para o Brasil e Cone Sul, Giovanni Quaglia, afirmou, na sexta-feira (8), que é possível combater a corrupção no Brasil. Para isso, disse ele, o Congresso Nacional e o Poder Executivo devem agir preventivamente contra a corrupção e mostrar casos concretos de como investigaram episódios ilegais e como puniram corruptos. A afirmação foi feita durante evento realizado no Senado Federal, por iniciativa do 1º vice-presidente, senador Tião Viana (PT-AC), destinado a registrar a passagem do Dia Internacional contra a Corrupção, comemorado em 9 de dezembro.
Quaglia ressaltou que não há instituições corruptas e sim pessoas que agem de forma ilegal. Ele defende a mobilização de todos os atores da sociedade com a finalidade de não permitir que corrupção seja praticada. Neste sentido, salientou, é importante que os gestores públicos conheçam a legislação para que administrem com eficiência e para não proporem ou aceitarem iniciativas que incentivem a corrupção. Para ele, também a sociedade deve estar informada a respeito das leis que o Legislativo aprova para que possa fiscalizar a atuação dos políticos.
- Casos de corrupção têm de ser analisados e punidos quando são detectados, e normalmente são casos individuais de pessoas. Não falamos de instituições corruptas, mas de pessoas corruptas - disse o representante das Nações Unidas.
Prejuízo
O Brasil perde a cada ano cerca de R$ 10 bilhões com a corrupção, informou o consultor de economia do site Contas Abertas - que coloca à disposição da sociedade informações sobre o Orçamento da União - Gil Castello Branco. Esse valor, acrescentou, equivale à soma de recursos destinados a vários ministérios. Branco disse ainda que, em nível mundial, o valor perdido com corrupção está próximo a um trilhão de dólares, o que corresponde ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
O presidente da entidade Cristãos contra a Corrupção (Criscor), o cientista político Robson Pereira, destacou que o Brasil, apesar de ser um país cristão, possui grande incidência de corrupção. Para ele, é preciso um processo de reeducação da sociedade para que a cultura da corrupção seja alterada.
- O Brasil é um país muito cristão, mas, ao mesmo tempo, muito corrupto. Algo não está muito certo - disse.
Robson explicou ainda que a campanha nacional contra a corrupção será realizada num prazo de dez anos com o objetivo de aumentar o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) do Brasil dos atuais 3,3 para 7,0. O IPC, informou, mede a percepção da sociedade sobre a corrupção em seu país. O índice, divulgado pela organização não-governamental Transparência Internacional, é composto de indicadores produzidos por várias organizações e busca medir o grau de corrupção percebida por agentes como empresários, especialistas em comércio e negócios, acadêmicos e analistas de risco numa escala de corrupção de zero (maior grau) a dez (menor grau).
O coordenador de Graduação do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, Ricardo Caldas, destacou pesquisa realizada em setembro deste ano sobre a percepção dos eleitores do Distrito Federal sobre as instituições públicas mostrando que 90,1% dos entrevistados não confiam em políticos. Caldas informou que, de acordo com a pesquisa, na há confiança no trabalho dos senadores (73,7%) nem dos deputados (85,7%).
O evento, organizado pelo Criscor e pelo Instituto Desenvolver, continuará, à tarde, na Controladoria Geral da União (CGU), o debate sobre corrupção.
08/12/2006
Agência Senado
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