Evento sobre responsabilidade social mostra ações do governo do Estado



Inovações na área de sustentabilidade e preocupações ambientais estão na mostra

Poltrona de papelão, pula-pula de pneu, lustre de copo descartável e outras peças compõem o cenário decorativo dos corredores do Pavilhão da Bienal do Parque do Ibirapuera durante a II Mostra Sistema Fiesp de Responsabilidade Socioambiental.

O evento, com entrada franca, reúne 60 empresas de diversos segmentos para mostrar que é possível construir uma sociedade sem danos ao meio ambiente. Além da exposição de produtos e projetos diferenciados, tem também palestras e apresentações culturais. A mostra, que termina hoje, promove debates sobre nova economia, meio ambiente e sustentabilidade, reunindo empresas, instituições públicas, universidades, consumidores e organizações não-governamentais, além de expositores que apresentam inovações.

O estande do governo do Estado, por exemplo, situa-se numa área de 150 metros quadrados. Lá, o visitante conhece as ações de dez Secretarias de Estado (Educação, Emprego e Relações do Trabalho, Desenvolvimento, Energia e Saneamento Básico, Pessoa com Deficiência, Assistência e Desenvolvimento Social, Relações Institucionais, Meio Ambiente e Comunicação) direcionadas à responsabilidade sócio-ambiental.

Idéias – Na pasta de Desenvolvimento, professores e alunos do Centro Paula Souza apresentam projetos que deram certo e beneficiam a sociedade. “Temos um celeiro de idéias, desenvolvidas por professores e alunos. Nossa intenção aqui é divulgá-los às empresas”, explica a assistente-técnica Clara Maria de Souza Magalhães, representando a superintendência da instituição.

Os educadores selecionaram 16 experiências bem sucedidas desenvolvidas nas Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e escolas técnicas estaduais (ETEs) da capital e interior.

Na área de sustentabilidade, as ETEs formam técnicos em Meio Ambiente, Gestão Ambiental, Florestal, Recursos Hídricos e Saneamento e Controle Ambiental. Já o técnólogo (curso superior em tecnologia), sai com diploma em Bioenergia Sucroalcooleira, Hidráulica e Saneamento Ambiental, Meio Ambiente e Recursos Hídricos. 

Mariza Fernanda da Silva e Gabriel Mele Cindi, alunos do 3º ano do técnico em Meio Ambiente na ETE Getúlio Vargas, fazem estágio em parques da cidade e aproveitam os conhecimentos adquiridos na escola para ensinar aos freqüentadores da área verde que óleo de cozinha é reaproveitado e vira sabão. Os estudantes incentivam o descarte do material em postos de coleta. Gabriel diz que a divulgação de “boca-em-boca” lhe rende cerca de 5 litros por mês. Mariza diz conseguir o dobro.

“Um litro de óleo pode contaminar um milhão de litros de água, que seria utilizada por uma pessoa durante 14 anos”, ensina o garoto. Na feira, eles distribuem mostras do sabão caseiro e indicam o blog www.comissaoambientalgv.blogspot.com, onde está a receita do produto.

Desde o primeiro ano do curso aprendem a planejar projetos de educação ambiental. Mariza e Gabriel exercitam seus conhecimentos nas palestras de reciclagem em escolas de educação infantil. Ensinam a fazer caixas com garrafas Pet. Para o futuro, o sonho de Mariza é cursar Agronomia.

Tudo reciclado – Outro projeto da ETE GV, como é chamada, aborda a agricultura ecológica como meio de preservação sócio-ambiental no cinturão verde da Região Metropolitana de São Paulo.

A ETE Vasco Antonio Venchiarutti, de Jundiaí, expõe duas ações: biodiesel a partir de óleo doméstico e Eco-Fashion – vestuário de material reciclado.

Alunos desta ETE, soltam a criatividade e transformam CDs, filtros de papel usado, chapa de raio-X, juta, lona, lata de alumínio em belas bolsas, roupas e adereços. As estudantes desfilam na cidade em eventos como Semana de Meio Ambiente para mostrar à população que tudo pode ser reaproveitado. Os professores garantem que a garotada usa as peças, principalmente em festas noturnas.

No Laboratório de Meio Ambiente da escola, o futuro profissional reúne óleo de cozinha de residências, acrescenta metanol e etanol. Em poucos minutos, obtém o biodiesel. A meta é instalar miniusina e oferecer o produto a agricultores da região para ser usado em tratores e máquinas agrícolas. Mas isso depende da colaboração de parceiros. Por enquanto, o biodiesel caseiro faz funcionar o gerador, computador, liquidificador e ventilador apenas da escola.

A professora Raquel Fabbri Ramos, responsável dos projetos da Coordenadoria do Ensino Técnico da Paula Souza, diz que um projeto de hortas desenvolvido na ETE Júlio de Mesquita, em Santo André, teve visibilidade e inspira um órgão federal a financiar a criação de um Centro de Agricultura Urbana, na zona leste da capital. O local atenderá 430 famílias carentes, que aprenderão a cultivar hortas orgânicas e a reaproveitar alimentos.

Sabão de casa – No estande do Senai, o público vê na prática aulas das unidades. Alunos com necessidades especiais manuseiam argila e produzem luminária, mandala, vaso. Ao lado, aluna usa retalhos de tecidos e máquina de costura para criar bolsas de fuxico.

As agentes comunitárias Raquel Sena, Zeneide de Lima e Rosineide Paulino Silva relatam que aprenderam muito com a visita à mostra. O que mais chamou a atenção de Raquel foram os cursos gratuitos de artesanato do Banco Bradesco. Elas dizem que até então desconheciam a receita para transformar óleo de cozinha em sabão. Na empresa de cigarros Souza Cruz, a surpresa foi saber que a água pode ser reaproveitada em benefício da comunidade.

O Centro Assistencial Cruz de Malta e o Senai aproveitaram a mostra para lançar a bíblia (Novo Testamento) em braile, composta de 11 volumes com textos e ilustrações religiosas na língua dos cegos. A publicação custa R$ 1,5 mil e teve incentivos da Lei Rouanet. 

Aproveitar carro – No estande da automotiva Fiat, materiais reciclados de um carro como cinto de segurança e forro do estofado viram bolsa e chaveiro. No espaço do Banco Bradesco, a atração é uma bolsa feita de garrafas Pet. Ali se encontram também bonecos de tecidos, colar e objeto decorativo de embalagem de ovo e cesta de jornal.

As colegas Jaqueline Viana, 15 anos, e Fabrícia de Almeida Santos, 18, da 8ª série, vieram da Escola Arte Sacra, em Pirapora do Bom Jesus. Jaqueline ficou impressionada ao ver a maquete da cidade, toda de produtos reciclados. “Peguei um encarte sobre economia de água e vou levar para meus pais”, comenta a outra.

Diversidade

Hoje será lançado na mostra o Selo da Diversidade Paulista, iniciativa da Secretaria Estadual de Relações Institucionais. O selo pretende reconhecer e estimular as empresas que promovem igualdade de oportunidades e tratamento a diversas etnias, portadores de necessidades especiais e pessoas de diferentes idades.

 

SERVIÇO

II Mostra Sistema Fiesp de Responsabilidade Socioambiental termina hoje no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera (Parque do Ibirapuera) – portão 3. Entrada franca.

Estandes abertos das 10 às 20 horas e palestras, disponíveis das 9 às 18 horas. Programação no site http://apps.fiesp.com.br/socioambiental2008.

Viviane Gomes, da Agência Imprensa Oficial

(M.C.)



08/15/2008


Artigos Relacionados


Serra participa de evento sobre direitos humanos e responsabilidade social

Ações de responsabilidade social podem desempatar licitações

Estado de São Paulo sai na frente e cria Índice de Responsabilidade Social

Alckmin rebate críticas sobre propaganda de ações do Governo do Estado

Gleisi Hoffmann: Meta do superavit primário mostra responsabilidade do governo

Humberto Costa diz que contingenciamento mostra a responsabilidade do governo com o equilíbrio fiscal