Ex-diretora da Infraero diz que desconhece obras inacabadas em Congonhas
Em depoimento nesta quarta-feira (19) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, a ex-diretora de Engenharia da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Eleuza Therezinha Manzoni dos Santos Lores, disse que não conhece nenhuma obra inacabada que esteja gerando "risco e insegurança" à movimentação no Aeroporto de Congonhas, localizado na capital paulista. A funcionária da empresa também garantiu que não fez pagamentos por serviços não concluídos ou executados em desacordo com especificações técnicas.
- Não paguei trecho nenhum. O processo [da obra] foi conduzido porgestor da regional, que parou as obras, fez perícias. As obras começaram e não participei direto disso. Sei que não tem obras inacabadas que estejamgerando risco. Se teve pagamento adiantado ou por serviço não realizado, eu desconheço - disse em resposta ao relator da comissão, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que a questionava sobre o serviço de reforço estrutural da pista principal e a ampliação de um pátio de aeronaves no aeroporto.
As obras, segundo Demóstenes, foram executadas pela empresa Talude e "sumariamente rejeitadas" por não atenderem às especificidades dos projetos contratados. A construção foi posteriormente abandonada, embora a empresa tenha requisitado pagamentos suplementares pelo empreendimento, disse o senador.
Eleuza Therezinha também disse ao relator da CPI do Apagão Aéreo que não teve responsabilidade na construção de um pátio de manutenção de aeronaves no aeroporto de Maceió (AL). Demóstenes disse que, embora a obra esteja concluída há mais de dois anos, nenhum avião pernoitou ou utilizou o terminal até o presente momento, tendo em vista que a capital alagoana não representa um ponto estratégico de manutenção de aeronaves pelas companhias aéreas. A obra também teria sido executada sem licitação e poderá ficar sem utilidade pelos próximos 20 anos, disse Demóstenes.
- Não conheço esse processo. Se o pátio é construído, a solicitação vem com certeza da área operacional. A [diretoria de] Engenharia não questiona a área operacional. Se não vem sendo usado, tem que ser cobrado da operacional. Não sei da obra - afirmou.
A ex-diretora de Engenharia da Infraero também negou que tenha demitido funcionários do setor ao assumir a função. O que houve, segundo ela, foi uma reorganização administrativa para atender aos planos da empresa.
- O que aconteceu, quando assumi a diretoria, é que reorganizamos o setor para atender a planos de obras e, naturalmente, alguns engenheiros saem da área de projetos para a área de obras. O remanejamento foi normal, às vezes até por pedido próprio. Mas nenhum funcionário foi exonerado ou demitido - garantiu.
19/09/2007
Agência Senado
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