Diretora da Anac nega ter se posicionado contra decisão do Conac de desafogar Congonhas



A diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu negou, nesta quinta-feira (16), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, ter se posicionado contrariamente a determinações do Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) destinadas a desafogar o tráfego aéreo no Aeroporto de Congonhas.

Além da oposição à medida do Conac, Denise Abreu, segundo questionamento formulado pelo relator da CPI, Demóstenes Torres (DEM-GO), teria aconselhado as empresas aéreas, prejudicadas com a medida, a se valerem de seu poder econômico e também recorrerem à Justiça com o objetivo de impedir a redução do tráfego no aeroporto.

- Eu disse apenas que receberia documento redigido pelas empresas e que encaminharia ao ministro da Defesa como uma proposta deles para análise. Disse ainda que se eles desejassem deveriam buscar falar com o ministro e poderiam também se socorrer do Poder Judiciário - disse ela.

Passagens grátis

Denise Abreu refutou ainda informações divulgadas pela imprensa de que teria utilizado a prerrogativa, conferida a servidores da Anac, de passe livre em vôos comerciais para viajar a São Paulo para visitar familiares. A diretora contestou ainda números apresentados por Demóstenes de que teria viajado 69 vezes com passagens pagas pelas companhias aéreas. Segundo ela, as viagens não passariam de 35, contando ida e volta, sendo todas para o Rio de Janeiro, com o objetivo de tratar da migração do Departamento de Aviação Civil (DAC) para a Anac, em Brasília.

Opinando sobre a persistência ou não de situação de apagão aéreo no país, Denise Abreu disse acreditar que, após a decisão tomada pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, em 22 de junho, de transferir controladores da área de defesa aérea para o setor de aviação civil, a crise aérea foi estancada.

A diretora da Anac se desculpou ainda por supostafrase ofensiva que teria dito em reunião com familiares das vítimas do acidente do Boeing da Gol que colidiu com um jatinho em 29 de setembro do ano passado. Ela não admitiu ter feito a declaração.

- Tenho a capacidade de me colocar no lugar dos outros. Sou mãe e imagino como estaria eu se meu filho estivesse entre os passageiros - disse.



16/08/2007

Agência Senado


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