EX-GERENTES RESPONSABILIZAM DIRETORES DO BB NO CASO ENCOL
Nos dois primeiros depoimentos tomados pela CPI do Sistema Financeiro sobre o caso Encol, dois ex-gerentes e ex-superintendentes responsabilizaram a diretoria do Banco do Brasil pela concessão à construtora de empréstimos de difícil recuperação. Os ex-superintendentes no DF Manoel Pinto de Souza Júnior e Jair Bilachi, que também foram gerentes da agência de Brasília onde a Encol tinha contas, afirmaram que o BB fez mais de dez auditorias na empresa de 93 a 95, mas eles nunca tomaram conhecimento de suas conclusões.- A Encol era a maior empresa de construção do país em 93 e seu balanço de 92 indicava que ela poderia ter os empréstimos - sustentaram os dois depoentes. Jair Bilachi disse que a situação da empresa, com base nos balanços, era tão boa que o Banco do Brasil permitia que ela tivesse direito a limite de crédito de até R$ 100 milhões.Conforme o ex-superintendente, em 98 foi feita uma nova auditoria sobre a Encol e a atuação do Banco do Brasil, abrangendo operações desde 92 e, desta vez, foram apontados vários problemas. "Nunca fui informado destes problemas, se é que eles foram detectados pelas auditorias anteriores", disse.O senador Carlos Bezerra (PMDB-MT), encarregado de examinar documentos sobre os prejuízos do BB com a Encol, quis saber por que atualmente a dívida da massa falida da construtora com o BB chega a R$ 453 milhões, enquanto as garantias não passam de R$ 153 milhões. Bilachi afirmou que isso se deve a juros e multas contratuais.
23/06/1999
Agência Senado
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