Ex-secretário do Ministério da Ciência e Tecnologia se defende das acusações de Gabeira e entrega documento à comissão
Rodrigo Rollemberg, ex-secretário para Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, entregou nesta terça-feira (8) um documento à CPI dos Sanguessugas no qual responde às acusações feitas pelo deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ). Rollemberg também apresentou à comissão uma lista de emendas parlamentares - agrupadas por partido - que foram executadas pelo ministério no ano passado. No documento, o ex-secretário afirma que as declarações de Gabeira foram "no mínimo precipitadas".
O deputado levantou suspeitas sobre a atuação do PSB - partido do qual Rollemberg é integrante - à frente do Ministério da Ciência e Tecnologia. Haveria nessa pasta, segundo Gabeira, um esquema fraudulento semelhante ao descoberto no Ministério da Saúde. Mas, em vez de ambulâncias, as emendas parlamentares visariam à compra de ônibus a preços superfaturados, que seriam utilizados em um programa de inclusão digital. Rollemberg, de acordo com Gabeira, por ter sido responsável pela liberação de emendas no ministério, deveria prestar esclarecimentos à CPI.
No documento, o ex-secretário disse que não tem "notícia de nenhuma irregularidade praticada nos convênios executados diretamente pelo ministério". Também afirmou que o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, no depoimento que prestou à Justiça, "afirmou que no MCT nenhum servidor colaborava" com o dono da Planam.
Rollemberg também declarou no texto que, em 2004, o Ministério da Ciência e Tecnologia "executou, diretamente, três convênios de unidades móveis de inclusão digital", liberando para esses contratos um total de R$ 993,14 mil. Já em 2005, a pasta "executou diretamente cinco convênios", para os quais foram liberados, em conjunto, quase R$ 2,33 milhões.
Mas o ex-secretário reconheceu, em seu documento, que uma auditoria interna da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, "apontou irregularidades em três convênios oriundos de emendas individuais dos deputados Paulo Baltazar (PSB-RJ), João Mendes (PSB-RJ) e Dr. Heleno (PSC-RJ)". Essas emendas totalizariam R$ 3,27 milhões.
Outro caso apontado por Rollemberg foi o do Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento de Qualidade (Intedeq). Ele afirmou que, em fevereiro deste ano, a Caixa Econômica Federal solicitara ao ministério a transferência de R$ 6,42 milhões "para pagamento ao Intedeq por unidades móveis". O ex-secretário disse que não autorizou o pagamento por ter estranhado "o fato de que uma mesma instituição era beneficiária das emendas de diversos deputados de diferentes estados".
08/08/2006
Agência Senado
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