Experiência brasileira em energias limpas e renováveis é tema de debates na COP 16



Com metade da sua matriz energética vinda de fontes renováveis de energia - o triplo da média mundial -, o Brasil apresentará sua experiência nas discussões sobre energias limpas e renováveis durante a 16ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP16), em Cancún, no México. Além de ser tema na reunião internacional sobre o clima, o caso brasileiro sobre o uso em grande escala do etanol produzido a partir da cana-de-açúcar também estará em debate no World Climate Summit (WCS), que ocorre em paralelo à COP 16. A iniciativa é da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), entidade representativa das principais unidades produtoras de açúcar, etanol (álcool combustível) e bioeletricidade do Estado de São Paulo. 

O World Climate Summit (WCS), encontro que acontece no Hotel Ritz-Carlton de Cancun nos dias 4 e 5 de dezembro, servirá para conectar entidades, governos, empresas e investidores. O objetivo é disseminar soluções em energias renováveis já viabilizadas em certas regiões do mundo, expandindo seu uso para outros países com contextos semelhantes. 

A participação da Unica nos eventos da COP16 tem apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). “A conquista brasileira é um exemplo importante para o mundo, o que coloca o País no papel de protagonista nas discussões globais em busca de formas de enfrentar as mudanças climáticas,” observa o presidente da Unica, Marcos Jank. 

Durante a COP 16, a Unica participa do Pavilhão Brasil, juntamente com empresas e entidades nacionais que atuam no combate às mudanças climáticas. No dia 6 de dezembro, haverá um seminário sobre alternativas para minimizar a emissão dos gases causadores de efeito estufa gerados pelos transportes em países emergentes. 

Ao longo dos 35 anos em que o biocombustível tem sido utilizado em larga escala no Brasil, evitou-se a emissão de mais de 600 milhões de toneladas de CO2. “As emissões brasileiras de gases causadores de efeito estufa medidas em 2006 teriam sido 10% maiores, não fosse a contribuição do setor sucroenergético”, lembra Jank. 

Além de veículos leves e de ônibus utilizados para o transporte público, o etanol começa a ser testado também em aviões, turbinas estacionárias, motogeradores, máquinas e implementos agrícolas, frequentemente substituindo o óleo diesel. Cresce também o uso do etanol em substituição ao petróleo na produção de resinas e plásticos “verdes,” que propiciam reduções significativas nas emissões de gases do efeito estufa. Na safra 2009/10, o Brasil produziu 605 milhões de toneladas de cana, matéria-prima utilizada para a produção de 33 milhões de toneladas de açúcar e 26 bilhões de litros de etanol. 

Usina virtual 
No estande instalado no Espaço Brasil, a Unica realizará sessões de apresentação da Usina Virtual, ferramenta multimídia interativa que mostra todas as etapas da produção de açúcar e etanol, desde o plantio da cana até a entrega dos produtos finais. Também serão distribuídos materiais informativos sobre energias limpas e renováveis, detalhando iniciativas de sustentabilidade do setor sucroenergético. 

A Unica terá um estande no World Climate Summit, onde apresentará também as inovações que vêm sendo desenvolvidas pelo setor sucroenergético brasileiro. “Já estamos produzindo eletricidade do bagaço e da palha da cana. Trata-se de uma fabulosa energia de reserva limpa e renovável, disponível perto dos principais centros de consumo elétrico no país,” explica Jank. 


» Acompanhe o especial COP 16 no Portal Brasil

 

02/12/2010 20:34


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