Exportação de couro movimenta 65% a mais do que em 2009, mas continua em queda
As exportações brasileiras de couros somaram US$ 1,3 bilhão nos nove meses de 2010, receita 65% superior à do ano passado, período comprometido pelos efeitos da crise mundial. Apesar do bom desempenho, as vendas caíram 17% em setembro, passando para US$ 127,7 milhões, em comparação ao mês anterior.
Em volume de peças, os embarques, embora tenham crescido 15% no acumulado, diminuíram 16% ante o mês de agosto e quase 20% em relação a setembro de 2009. O cálculo é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior.
“Ao fazermos uma avaliação realista, levando em conta os últimos três meses deste ano, chegamos a conclusão de que, dificilmente, o setor curtidor conseguirá manter o ritmo atual de exportar US$ 160 milhões/mês, devido ao contínuo aumento do enfraquecimento da moeda norte-americana que vem castigando duramente a indústria curtidora”, alerta o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.
Nas condições atuais uma recuperação da competitividade do setor curtidor se torna problemática, devido principalmente à queda do dólar em relação ao real, atingindo valores inferiores a R$ 1,67, taxa mais baixa desde setembro de 2008, auge da crise econômica.
Segundo Goerlich, a supervalorização se tornou uma doença endêmica para o setor exportador, cenário agravado, acrescenta, pelos já conhecidos fatores do ‘Custo Brasil’ – altas taxas de juros, pesada carga tributária, falta de capital de giro, excessiva burocracia e, entre outros.
“Somente com a superlotação, os altos custos e a demora nos portos, que redundam em cancelamento de navios pelos armadores, os prejuízos são estimados entre US$ 150 e US$ 200 milhões”, salienta o presidente do CICB.
Itália, China, Hong Kong e Estados Unidos são, atualmente, os principais destinos do couro nacional.
Estados com destaque
O balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros nos nove meses do ano ante o mesmo período de 2009 reafirma a liderança de São Paulo como maior exportador nacional (US$ 384,3 milhões, participação de 29,43% e aumento de 112%), seguido pelo Rio Grande do Sul (US$ 339 milhões, participação de 25,96% e crescimento de 58%), Ceará (US$ 125,13 milhões, 9,58% e crescimento de 49%), Paraná (US$ 124,17 milhões, 9,51% e aumento de 92%).
Os estados que ampliaram suas exportações foram o Pará (233%), Santa Catarina (93%, US$ 19,87 milhões), Rondônia (86%, US$ 11,68 milhões) e Sergipe, que aumentou 636%, saltando de US$ 203 mil para US$ 1,49 milhão.
Fonte:
Apex-Brasil
25/10/2010 13:50
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