Exportação de vinho brasileiro engarrafado cresce 33,6% em 2011



O vinho brasileiro ganhou mercado pelo mundo em 2011. Os destinos dos rótulos verde-amarelos somaram 31 países no ano passado, frente a 27 de 2010. As exportações das vinícolas brasileiras integrantes do projeto setorial integrado Wines of Brasil, realizado em parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), alcançaram US$ 3,06 milhões no ano passado, 33,6% a mais do que os US$ 2,29 milhões de 2010.

“Foi uma grande vitória e um importante avanço nas vendas de vinhos brasileiros, porque enfrentamos no ano passado a forte crise que abalou a economia europeia e ainda tivemos como obstáculo um câmbio desfavorável às exportações”, comemora a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan.

Das 35 vinícolas associadas ao projeto, 14 efetuaram vendas ao exterior no ano passado. Seis vinícolas fizeram a sua primeira exportação nos dois últimos anos. O Wines of Brasil tem o objetivo de posicionar o produto brasileiro no mercado internacional por meio da promoção do vinho fino engarrafado.

A grande novidade do ano foi a entrada da China entre os países compradores de vinhos brasileiros. O país asiático, que comprou cerca de US$ 4 mil em 2010, por meio de Hong Kong, acabou o ano na segunda colocação no ranking dos países importadores de vinho do Brasil. Em 2011 foram vendidos US$ 390,3 mil em rótulos verde-amarelos de cinco empresas: Casa Valduga, Cooperativa Vinícola Garibaldi, Miolo, Pizzato e Salton.

“Tudo acontece muito rápido na China, que é um país enorme com uma população gigante”, comenta Andreia. Segundo ela, os vinhos brasileiros não eram vendidos antes na China porque não havia investimento neste mercado. “Participamos das primeiras feiras e eventos na China no ano passado e já estamos colhendo resultados positivos”, observa. “Há boas oportunidades para os vinhos brasileiros na China, principalmente porque o nosso País tem uma boa imagem junto aos consumidores”, analisa Andreia. 

A Holanda foi o principal destino do vinho brasileiro em 2011, ultrapassando o Reino Unido, que havia tomado a liderança do ranking de países compradores de vinho brasileiro em 2010. As exportações para a Holanda totalizaram US$ 410,5 mil, 63% maior do que os US$ 250,4 mil de 2010. A Holanda ficou com 13,4% das exportações das vinícolas associadas ao Wines of Brasil. O preço médio do litro exportado para a Holanda cresceu 31% no ano passado. Os valores de exportação são em Free on Board (FOB), ou seja, no porto, sem frete e sem impostos que incidem nos produtos comercializados no Brasil.

Andreia Gentilini Milan destaca a consolidação do vinho brasileiro no exterior na categoria de produtos com valor agregado. O preço médio por litro exportado dobrou de 2010 para 2011. “Nosso planejamento estratégico tem como objetivo posicionar o vinho brasileiro entre os melhores do mundo. Por isso, não privilegiamos quantidade ou volume exportado e sim a conquista de bons preços para nossos rótulos”, revela.

O Reino Unido, que perdeu a liderança para Holanda, ficou em 3º entre os maiores países compradores de vinhos brasileiros. Os Estados Unidos aparecem em quarto; a Colômbia em quinto e a Alemanha em sexto. “O bom desempenho na Holanda, no Reino Unido, nos Estados Unidos e na Alemanha é resultado direto das nossas ações nestes mercados, com a participação em feiras e promoção de eventos de degustação”, lembra Andreia.

 

Histórico

O Wines of Brasil, que iniciou suas atividades em 2002, com a adesão de apenas seis vinícolas brasileiras, conta hoje com 35 empresas. O projeto trabalha, há dois anos, em oito mercados-alvo para a promoção dos vinhos brasileiros no exterior: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Hong Kong, Países Baixos, Polônia, Reino Unido e Suécia.

“O sucesso das exportações de vinho fará o consumidor brasileiro diminuir seu preconceito quanto aos nossos produtos, tornará nossos produtores mais competitivos principalmente no mercado doméstico e dará ao setor visibilidade, reconhecimento e a capacidade de se anteceder a tendências mundiaia”, afirma Andreia.

 

Fonte:
Apex-Brasil



24/02/2012 18:57


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