EXPOSIÇÃO COM FOTOS DE VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA CHEGA AO CONGRESSO



Uma exposição com centenas de fotos de vítimas da violência urbana foi inaugurada, nesta quarta-feira (dia 23), no Congresso. São doze painéis, dispostos na Chapelaria, cobertos de fotos de pessoas assassinadas em grandes cidades brasileiras. O material foi selecionado entre milhares de fotografias que ficaram expostas nas capitais, no dia 7 de julho, como parte da campanha "Basta, eu quero paz". Segundo com o antropólogo Rubem César Fernandes, coordenador do Movimento Viva Rio, que está à frente da campanha, a intenção é sensibilizar os parlamentares para a questão da violência, levando à aprovação de uma nova legislação.
- Esta exposição é muito comovente. Não foi fácil, para as pessoas, colarem fotos de seus amigos e parentes assassinados nos painéis dispostos em praças públicas. Só no Rio de Janeiro, eram 150 metros de fotos - explicou Rubem César.
Ele espera que os projetos apresentados pelo senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), que limitam a venda de armas, sejam apreciados pelo plenário do Senado ainda em setembro. O antropólogo tem a promessa do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, de que os projetos, já aprovados pela CCJ, terão urgência em sua tramitação.
Além da proibição de venda de armas para civis - tendo como exceção apenas as espingardas, para áreas rurais, e as armas destinadas a esportistas e colecionadores -, Rubem César propôs a "desconstitucionalização da segurança pública", visando facilitar as políticas de segurança dos governos estaduais. Segundo o coordenador do Viva Rio, o presidente Fernando Henrique Cardoso apoiou a idéia, e o senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) assegurou que apresentará um projeto neste sentido. Outras idéias levadas ao presidente pela campanha de combate à violência são o aumento do controle das fronteiras federais, para evitar o trânsito de armamentos, e a criação de um fundo voltado para o supletivo de 1º grau, à exemplo do Fundef. De acordo com Rubem César, 52% dos jovens brasileiros de 17 a 29 anos não completaram o 1º grau, o que justificaria a criação do fundo.

23/08/2000

Agência Senado


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