Exposição Registros de uma Guerra Surda registra 47 anos do início da ditadura no País



O Arquivo Nacional está promovendo a exposição Registros de uma Guerra Surda, a ser inaugurada no dia 1º de abril e aberta ao público a partir de 4 de abril, no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro. Antes da abertura da exposição será realizado, entre 30 de março e 1º de abril, o 2º Seminário Internacional O Mundo dos Trabalhadores e seus Arquivos – Memória e Resistência, promoção conjunta do Arquivo Nacional, do projeto Memórias Reveladas e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Mais informações sobre os eventos podem ser consultados no site do Arquivo Nacional. 

Registros de uma Guerra Surda é uma amostra não apenas da documentação oficial, mas também daquilo que foi produzido pelos órgãos de imprensa e organizações que se dedicavam a combater o regime. Além da exposição e do seminário, o evento incluirá uma mostra paralela de filmes: às quintas-feiras, serão exibidos filmes enfocando regimes autoritários no Brasil e em outros países, no auditório do Arquivo Nacional. Já às segundas e quartas, serão exibidos curtas-metragem e imagens de arquivo com a  mesma temática. 

A exposição apresenta documentos do Arquivo Nacional e de instituições parceiras do Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985) – Memórias Reveladas, criado pelo governo federal, sob a coordenação do Arquivo Nacional, com o objetivo geral de ser um polo difusor de informações contidas nos registros documentais sobre as lutas políticas no Brasil nas décadas de 1960 a 1980. Nele, fontes primárias e secundárias são gerenciadas e colocadas à disposição do público, incentivando a realização de estudos, pesquisas e reflexões sobre o período.  

Atualmente, esta documentação encontra-se sob a guarda do Arquivo Nacional e dos demais parceiros da Rede Memórias Reveladas, composta por instituições públicas e privadas. Nos arquivos públicos estaduais, as ações de preservação e difusão de acervos de interesse do Memórias Reveladas foram patrocinadas pela Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES e Eletrobrás. 

Cerca de 400 mil registros documentais já estão disponíveis para consulta no Banco de Dados do Memórias Reveladas, disponível no Portal do Memórias Reveladas. 

A exposição permanece disponível para o público de 4 de abril a 26 de  agosto de 2011, no Arquivo Nacional, com entrada franca, de 8h30m às 18h,  de segunda a sexta-feira. Visitas guiadas serão oferecidas aos alunos das  redes municipal e estadual do Rio de Janeiro,  com agendamento através e-mail: [email protected].

 

Aparato repressor 

Entre 1964 e 1985, o Brasil viveu sob um regime de exceção, durante o qual se articulou um aparato repressor que incluiu as ações do Conselho de Segurança Nacional, a criação do Serviço Nacional de Informações (SNI), passando pela implantação do sistema DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna) e de outros órgãos responsáveis pela censura à imprensa e às artes. 

Durante este período, uma grande quantidade de documentos foi produzida por estes órgãos, como sumários informativos, fichas de polícia técnica, relatórios de atividades dos considerados “subversivos”, fotos de atividades “suspeitas” e pareceres da censura. São os registros da opressão e também da resistência, mostrando a realidade das prisões, o funcionamento dos órgãos de informação como o SNI, organizações da luta armada, passeatas, além de exibir o início do processo de abertura, a volta dos exilados e a campanha pelas eleições diretas. 

Dentre os destaques da exposição, composta por cinco módulos temáticos, pode-se citar filmes com depoimentos inéditos de sobreviventes dos conflitos na região do Araguaia, produzidos pelo Arquivo Nacional, em 2009, com o apoio do Instituto de Ajuda aos Povos do Araguaia.  Músicas censuradas, com os respectivos pareceres, como a letra da música Bolsa de Amores, de Chico Buarque de Holanda também estarão entre os cerca de 200 documentos que farão parte da exposição. 

O Arquivo Nacional fica na Praça da República, 173, Centro, Rio de Janeiro.

 

Fonte:
Arquivo Nacional



18/03/2011 20:22


Artigos Relacionados


Ministério detecta casos suspeitos de dengue tipo 4 após 28 anos sem registros no País

Marisa Serrano registra início oficial da campanha eleitoral no país

Maioria dos brasileiros descarta hipótese de guerra no País nos próximos 20 anos, diz Ipea

Exposição registra principais leis aprovadas pelo Congresso nos últimos anos

Exposição registra principais leis aprovadas pelo Congresso nos últimos anos

Mozarildo registra 180 anos da maçonaria no país