Farsul entrega tabela de preços à CPI do leite








Farsul entrega tabela de preços à CPI do leite
A Farsul (Federação da Agricultura do RS) encaminhou ontem uma documentação com a tabela de preços pagos aos produtores de leite do Estado. A conclusão da Farsul é de que os produtores estão arcando com um prejuízo de R$0,02 por litro, pois o custo é de R$ 0,34, enquanto a receita é de R$0,32.

Os preços pagos aos produtores variam entre R$ 0,16 e R$ 0,44. “Todos esses números só demonstram que o produtor está sendo explorado pela indústria”, analisa o presidente da CPI, deputado Vilson Covatti (PPB). Ele diz que a CPI solicitou a tabela para apurar os custos de produção e, a partir daí, estabelecer uma política que fixaria um preço mínimo para o leite.

Os próximos passos da CPI são a análise da documentação da Farsul e das cooperativas leiteiras. Covatti espera que até abril o relatório final esteja pronto.


PPB gaúcho não quer candidatura de Delfim
Prefeitos e vice-prefeitos do partido emitiram nota em que alertam para o uso da máquina pública para fins eleitoreiros

Prefeitos e vice-prefeitos do PPB estiveram reunidos, ontem pela manhã, no Grande Hotel, em Porto Alegre, onde emitiram nota à comunidade gaúcha denunciando o descaso do governo Olívio Dutra com as prefeituras administradas pelo partido e o uso da máquina pública para fins eleitoreiros. A nota recomenda ainda que todos os prefeitos progressistas revisem os convênios mantidos por suas prefeituras com o governo do Estado, em especial aqueles que se referem à Emater.

O pré-candidato ao governo e presidente estadual do PPB, Celso Bernardi, participou do encontro. Ele garantiu seu apoio às decisões tomadas pelos prefeitos e disse que “a maneira de resolver definitivamente os problemas com o Governo é vencer as eleições de outubro”. Para tanto, pediu que os prefeitos municipalizem a campanha. “Temos um patrimônio político privilegiado, sendo que 48% das prefeituras gaúchas possuem prefeito ou vice-prefeito do PPB, e temos cerca de 1.500 vereadores nas câmaras municipais, fato este que por si só pode garantir nossa presença no segundo turno das eleições”, disse Bernardi.


Consenso? Esqueceram de avisar Tarso Genro
Olívio Dutra comandou as negociações em busca da candidatura única. Reuniu aliados e opositores no Piratini

O PT teria fechado um acordo ontem para a escolha por consenso, do candidato da Frente Popular ao governo estadual nas eleições desse ano. A decisão foi anunciada após um dia inteiro de reuniões entre o governador Olívio Dutra e representantes de diversas correntes do partido.

O acerto, conforme Paulo Ferreira, vice-presidente e representante do PT Amplo na Executiva estadual, "passa por um acordo em torno da igualdade de forças na composição da chapa majoritária do partido, onde quem escolhe o governador, não vai indicar o vice-governador".

Ferreira contou que o governador, na reunião em que ele convidou integrantes das correntes PT Amplo e Rede, "se colocou como agente da construção do consenso, através de sua candidatura, se comprometendo ao equilíbrio da majoritária".

Cargos- O chefe da casa civil, Flávio Koutzii, "numa tentativa de restabelecer a paz no partido", divulgou uma proposta em nome da Esquerda democrática (corrente que lidera) para que o grupo de Tarso Genro ocupe os cargos de vice-governador, de chefe da Casa Civil e ainda a Secretaria - Geral de governo que seria desmembrada do gabinete do vice, hoje também dirigida por Rosseto.

Já o chefe de gabinete do governador, Laerte Meliga, negou o oferecimento de cargos. Ele cobrou do partido “uma reflexão ética, para não se cair no conto da esperteza, o que não corresponde à conduta que o PT deve ter”. Laerte “não atribuiu a ninguém as informações vazadas para a imprensa, mas ressaltou que não tem sentido fazer uma reforma de secretariado agora”.

Ele disse que as prévias são prejudiciais “se compararmos com o que aconteceu na última prévia feita pelo PT. O processo deixou seqüelas pelo seu grau de agressividade, onde a luta interna extrapolou.


José Bové é condenado a três meses de prisão
O líder agrário disse não se sentir culpado e adiantou que os advogados vão recorrer da decisão da Justiça francesa

O ativista antiglobalização Jose Bové deverá cumprir urna pena de três meses de prisão, por ter depredado uma lanchonete da rede McDonald´s, em seu país, a França, em agosto de 1999, depois de a Corte de Cassação negar ontem pedido contra essa sentença. A pena é definitiva e deve ser executada imediatamente.

Enquanto isso, em Millau, onde Bové realizou o ataque contra o McDonald´s, o líder agrário declarou não se sentir culpado e afirmou: "Não reconhecemos essa decisão", acrescentando que seus advogados apresentarão nos próximos dias recurso ante a Corte Européia de Direitos Humanos para fazer reconhecer o direito à legítima revolta.

Bové foi condenado em 2001 pela Corte de Apelações de Montpellier, mas apresentou um recurso à Corte de Cassação, o Tribunal Supremo da França. Ele já ficou 19 dias atrás das grades e a confirmação da sentença da Corte significa que deverá cumprir o resto da pena.

Ele, de volta à França depois de ter participado do Fórum Social Mundial de Porto Alegre, instalou-se em Millau com seus companheiros de luta. Ao ser perguntado sobre o eventual retorno à prisão, disse: “Não darei nenhuma colaboração, ou vou para a prisão ou estou livre; os advogados devem decidir”.

“Não tenho viagem prevista para o estrangeiro porque não quero dar a impressão de estar fugindo”, acrescentou. Conclui: “Não me chamo Schuller” em alusão ao ex-dirigente gaulista Didier Schuller, que fugiu da Justiça por corrupção em 1995 e que voltou há pouco à França, provocando forte reação dos dirigentes gaullistas, que temem suas revelações em vésperas de eleição presidencial.


Publicitário Washington Olivetto fala hoje às 10h
Duas brasileiras estariam envolvidas no seqüestro. Um dos cúmplices de Norambuena deu identidade falsa à Polícia

O publicitário Washington Olivetto, que ficou 53 dias em poder de seqüestradores, foi ouvido na noite passada pela polícia. O depoimento foi prestado na casa de Olivetto. Hoje às 10h, o publicitário vai falar com a imprensa. A polícia de São Paulo diz acreditar que a quadrilha teve a ajuda de pelo menos duas brasileiras.

Uma das mulheres é tratada por Maria Ivone, mas sua identidade não foi confirmada. o envolvimento de outra brasileira começou a ser apurado ontem. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul ainda não recebeu nenhum pedido das autoridades paulistas quanto à identidade da gaúcha, que supostamente teria participado do seqüestro. Extra-oficialmente, existem suspeitas de quem ela seja. Porém, o nome não está sendo divulgado. A polícia procura pelo menos oito pessoas envolvidas no seqüestro de Olivetto. Somadas aos presos, elas elevam para 14 o número de membros da quadrilha que manteve o publicitário em cativeiro por 53 dias.


FHC: orçamento mais participativo é o da União
Presidente abordou assuntos que têm sido usados pela oposição e enfrentou pontos críticos, como a segurança

O presidente Fernando o Henrique aproveitou ontem a reunião ministerial ampliada para fazer um apelo ao Congresso por intermédio dos líderes dos partidos governistas para que as propostas legislativas relacionadas por ele como prioritárias sejam votadas até o fim do mandato. Estes são alguns dos principais pontos do discurso do presidente:

INFLAÇÃO - "Mantivemos a inflação sob controle. Enquanto eu estiver aqui, não haverá campanha eleitoral, não haverá pressão que altere os objetivos centr ais do País, que são manter a inflação sob controle."

ORÇAMENTO "Boa parte do orçamento nosso é participativo. Nenhum orçamento é mais participativo do que o da União, naquilo que cabe ser participativo, que é a destinação de verba para saúde, educação. Tudo isso tem mecanismo."

POBRES - "os dados da pobreza mostram alguma coisa interessante. Pode-se dizer que o Brasil já não é um país pobre, mas tem muitos pobres. Pode-se dizer que o Brasil é um país que deu pouca atenção ao combate à pobreza. Mas não se pode dizer que não começamos a mudar isso.”

SALÁRIO MÍNIMO- “O salário mínimo nunca foi tão alto na nossa história. Quando se vê índices de inflação, houve um aumento efetivo, real, do mínimo. Não está bom. Mas nunca esteve em nível tão elevado.”

SEGURANÇA- “Uma questão desta natureza não cabe saber quem é e quem não é responsável. Nós todos somos responsáveis. A questão hoje é aguda e também não há como negar. É preciso enfrentá-la com coragem, articular as ações. A crise de energia foi vencida porque articulamos as ações. A crise da inflação foi vencida porque articulamos as ações.”

SAÚDE- “O programa que tem efeito maior no mundo é o do controle da Aids. Mudou-se a orientação na saúde, como se mudou na educação. Médicos de família é programa cubano. Copiamos e os resultados estão aí. Certamente, podemos avançar mais na matéria e vamos avançar.”


Retratos da dor fazem 320 mil parar de fumar
Igreja Adventista tem curso para quem quer largar o cigarro e mostra a agressão que o fumante comete contra si mesmo

O cigarro leva à morte, é uma droga que compromete a vida. É essa a idéia passada aos fumantes que buscam o programa "Como Deixar de Fumar em Cinco Dias", da Igreja Adventista. De segunda a sexta, grupos de 50 a 100 pessoas escutam médicos e psicólogos, depoimentos e assistem a imagens de cirurgias a que são submetidos fumantes e de lesões decorrentes do tabagismo, coletadas em hospitais.

As imagens são mais fortes do que as estampadas nos maços de cigarro, conforme determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). "Nós mostramos o fim do herói do Malboro", diz o pastor Marcos Bomfim, criticando os comerciais que apresentam o fumante como um cowboy ou surfista saudável.

O curso, que nasceu nos Estados Unidos, foi adaptado e trazido ao Brasil há 23 anos, por João Batista Costa, perito do Ministério da Saúde para o Controle do Tabagismo e presidente da Associação Brasileira de Profílaxia. "Optamos por imagens fortes porque é só diante da realidade que o fumante sente a agressão que comete contra si mesmo.

320 mil- Das 480 mil pessoas que fizeram o curso, 320 mil deixaram de fumar. As reuniões realizam-se de março a dezembro, com início no primeiro sábado de cada mês. O primeiro deste ano começa dia 2 de março, em Porto Alegre, sem qualquer custo. O curso é gratuito e não-fumantes que buscam informação também podem participar.


Colunistas

COISAS DA POLÍTCA

Programa de governo
O coordenador de campanha do PT para as eleições estaduais, Marcelino Pies, fará hoje a primeira reunião do grupo que trabalha o programa de governo para definir calendário de atividades.

Serra no estado
Executiva estadual do PSDB, que tem entre seus integrantes Vicente Bogo, reúne-se hoje para avaliar o Congresso do partido e discutir a candidatura de José Serra à Presidência e sua campanha no Estado.

Denúncias
O vereador de Porto Alegre do PSDB Antônio Hohlfeldt adianta que, na próxima semana, irá fazer denúncias de “perseguição política” pela direção da Fasc a funcionários do Abrigo Ingá-Britta.

CPI da Segurança
O relator da CPI da Segurança, deputado estadual do PDT Vieira da Cunha, pediu ontem ao procurador-geral de Justiça, Cláudio Barros Silva, a revisão da decisão que arquivou as denúncias contra o governo. Caso contrário, vai recorrer ao Conselho Superior do MP.

Comunicação
A deputada federal do PT Ana Corso quer incluir um representante de rádios comunitárias e outro de televisões comunitárias no Conselho de Comunicação Social. Em projeto, Ana destaca que a importância do CCS exige a presença de todos setores da sociedade.

Ofensa aos moradores
Ontem, da tribuna da Câmara de Porto Alegre, o vereador do PPB João Dib comparou a cidade a uma casa, onde os responsáveis são Executivo e Legislativo. Quando o presidente da Câmara é excluído de algo, diz ele, a ofensa é contra os “moradores da Casa”.

Intransigência
A “prepotência” do PT, apontada ontem pelo deputado estadual Marcos Rolim, havia sido ressaltada pelo deputado estadual do PMDB José Sartori em março. Da tribuna, aconselhou ao governo adotar uma postura humilde e fazer uma auto-crítica sobre sua “intransigência e arrogância”.

Emater
A Associação dos Prefeitos do PPB decidiu não aceitar mais que a Emater seja usada como instrumento ideológico do governo do PT. Segundo o deputado estadual Frederico Antunes, que pediu o encontro, foram feitos os empenhos, mas os recursos não chegaram.

Empresas
O vereador do PSB Carlos Garcia critica o veto de Tarso genro ao projeto de sua autoria que prevê o uso de empenas cegas (paredes das laterais de edifícios) para publicidade. Tarso permitiu que o governo usasse a parede do Centro Administrativo para divulgar o Fórum Social.

Personalismo
O deputado estadual do PT Ronaldo Zülke acha que Tarso Genro “ultrapassou os limites toleráveis do debate” ao acusar o governo de stalinista. E antecipa que a base petista reagirá com indignação ao ataque, que revelou seu personalismo, em detrimento da unidade do PT.

Antagonia
A deputada estadual do PC do B Jussara Cony prevê para este ano o acirramento do debate entre dois projetos antagônicos. Os partidos de esquerda, diz ela, vão mostrar que possuem propostas alternativas ao neoliberalismo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Maquiagem
O vereador do PHS de Porto Alegre Haroldo de Souza critica o veto à participação de José Fortunati no Fórum Social e registra sua decepção com a “maquiagem” à cidade durante o evento. Lembra que todos os meninos de rua foram retirados dos locais onde costumam dormir.

Sem resistência
O deputado federal do PMDB Germano Rigotto é taxativo sobre a hipótese de o Congresso aprovar MP que aumenta a CSLL (Contribuição Sobre o Lucro Líquido) de empresas prestadoras de serviço. “A maioria das pequenas e médias empresas não resistirá”.

Crianças especiais
O presidente da Assembléia, deputado estadual Sérgio Zambiasi, do PTB, foi convidado a participar do Seminário sobre Inclusão que deterá a questão das crianças especiais no ensino fundamental. O evento, em junho, reunirá especialistas das áreas de educação e saúde.


Editorial

UM BASTA AO TRABALHO PRECOCE

A campanha "Trabalho não é Brincadeira de Criança", desenvolvida pela Delegacia Regional do Trabalho, é mais um avanço na cruzada pela erradicação do trabalho infantil. Segundo dados da DRT, no Rio Grande do Sul, de cada 100 menores entre cinco e 15 anos, 11 trabalham em situação ilegal.

Dar um basta ao trabalho precoce exige o engajamento e esforço comum do governo federal, dos Estados, das prefeituras e da sociedade civil, aí compreendendo-se tanto as organizações delicadas à infância quanto o cidadão anônimo, preocupado com a situação das nossas crianças e adolescentes.

Infelizmente o direito à escola, à diversão e à atenção dos pais passa longe de muitas delas. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, cerca de 250 milhões de crianças, entre 5 e 14 anos, são trabalhadoras. A OIT informa que um terço deste total é explorado ou faz um tipo de trabalho que põe em perigo sua saúde ou seu bem-estar.

São muitas as formas de exploração do trabalho infantil. As mais extremas - e cruéis são a escravidão, o trabalho forçado e o uso de crianças na prostituição, na pornografia e no narcotráfico.

Poucos países cumprem as normas da OIT, que determinou, a partir da Conferência sobre o Trabalho Infantil, em Amsterdã (Holanda), em 1997, a erradicação da exploração infantil em todas as suas formas.

Embora praticamente todos os países do mundo tenham suas próprias leis de trabalho, regulamentando a escolaridade obrigatória e estabelecendo dispositivos sobre o ingresso no mercado de trabalho, em diversas regiões do mundo isto é letra morta.

Por isso, programas de ação como o agora apresentado pela DRT devem ser saudados como contribuições importantes à causa do fim da exploração do trabalho infantil.


Topo da página



02/07/2002


Artigos Relacionados


Farsul e Fetag na CPI do Leite

Farsul e Fetag iniciam reuniões da CPI do Leite

Jayme Campos propõe que estabelecimento de saúde exiba tabela de preços

Médicos estão proibidos de usar tabela de preços mínimos para negociar com planos

CPI do Leite: Fetag aponta diferenças de preços

Mauro Miranda reclama dos preços pagos aos produtores de leite de Goiás