Fátima Cleide condena preconceito contra homossexuais
A senadora Fátima Cleide (PT-RO) saudou nesta quinta-feira (28), em Plenário, a passagem do Dia Mundial do Orgulho Gay, celebrado anualmente em 28 de junho, condenando o preconceito sexual e a cultura de intolerância que, segundo ela, se apóia em preceitos bíblicos para condenar homossexuais e todo tipo de comportamento considerado "desvio sexual".
- Sou católica e cristã e não posso concordar com tais comportamentos. Como legisladora, no Estado brasileiro laico, considero meu dever coibi-los. E, como tal, conclamo os líderes religiosos, padres, pastores, missionários cristãos em geral, em sua dedicada militância pela paz e a concórdia em nossa sociedade, a que nos ajudem a garantir civilidade e convivência democrática na diversidade de que é feita nossa sociedade - disse.
Relatora do projeto que define a homofobia como crime (PLC 122/06), que tramita na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), Fátima Cleide lembrou que o orgulho gay passou a ser comemorado a partir de um episódio ocorrido em 28 de junho de 1969, em Nova York. Naquele dia, os homossexuais que freqüentavam o bar Stonewall revoltaram-se contra as constantes humilhações impostas pela polícia, dando início a um tumulto que durou três dias e serviu para mudar o comportamento repressivo das autoridades no trato com o público gay.
- No Brasil, este movimento torna-se mais expressivo a partir de 1995, com a realização de Paradas do Orgulho GLBT [Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais] nas principais capitais do pais. Cada vez mais numerosas, em 2006 somaram 109 em todo o Brasil, com destaque para a de São Paulo que, neste ano, quebrou todos os recordes de participação, consagrando-se como a maior do mundo, pela segunda vez consecutiva - disse.
Em seu discurso, Fátima Cleide também prestou solidariedade a Sirlei Dias de Carvalho Pinto e à família da empregada doméstica, "pela civilidade, dignidade e elevada sabedoria com que se portam nesta infeliz circunstância". Sirlei foi agredida no Rio de Janeiro por quatro rapazes de classe média alta que a teriam confundido com uma prostituta, conforme alegaram posteriormente à polícia.
28/06/2007
Agência Senado
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