Fátima Cleide condena a "desigualdade do saber"
Com base no Relatório do Desenvolvimento Humano Mundial de 2003, a senadora Fátima Cleide (PT-RO) enumerou e condenou as desigualdades sócio-econômicas do Brasil, detendo-se, no entanto, a contestar a -desigualdade do saber- e a propor medidas que qualifiquem a educação pública brasileira.
No país, afirmou, os 10% mais ricos têm renda 65,8 vezes maior do que os 10% mais pobres, 80% das terras estão concentradas nas mãos de poucos e 9,9% da população vivem com menos de 1 dólar por dia, colocando o Brasil na 9ª posição da lista dos países com mais desigualdade.
- Há, entretanto, uma desigualdade que gera mais desigualdade, que limita o crescimento do ser humano, que destrói a capacidade de tomar decisões durante a vida. Falo da desigualdade do saber, que gera mais desigualdades, aprofundando a distância entra ricos e pobres - afirmou Fátima, ressaltando que 73,1% dos brasileiros não têm o ensino médio, sendo que apenas 19,3% dos jovens com 18 anos chegam a concluí-lo.
De acordo com a senadora, embora o Brasil tenha subido 16 posições no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas (ONU) devido a conquistas nas áreas de educação e saúde, -os números da educação pública estão longe de causar orgulho à nação brasileira-. Além da baixa escolaridade dos brasileiros, que dificilmente chegam ao curso superior, a senadora teceu críticas ao sistema de ensino, alertando que as crianças matriculadas nas escolas têm dificuldades em fazer cálculos matemáticos e interpretar textos.
Fátima apoiou a política educacional adotada pelo ministro da Educação, Cristovam Buarque, defendendo o aumento da taxa do Produto Interno Bruto (PIB) destinado à educação e o reajuste salarial dos professores - 75% deles ganham em média R$ 370.
- Oferecer a mesma qualidade de educação que têm os alunos abastados são medidas vitais para a superação das desigualdades - completou.
17/07/2003
Agência Senado
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