Fazenda quer resultados fiscais fortes e regulamentação do mercado financeiro



O Brasil vai continuar com superavits primários expressivos nos próximos meses. A promessa foi feita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em audiência na Comissão Geral da Câmara dos Deputados que discute a crise econômica internacional, na terça-feira (9). Ele reiterou que a manutenção de resultados fiscais fortes será a resposta do País na área fiscal para lidar com o aprofundamento da crise global.

“Quando me referi a surpresas no lado fiscal, disse que, a cada mês, nosso resultado fiscal será melhor que no mês anterior”, disse o ministro, explicando a frase pronunciada na segunda-feira (8) no Palácio do Planalto. O superavit primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública.

Mantega defendeu ainda a taxação na venda de dólares no mercado futuro. Segundo ele, as transações no mercado futuro são cruciais para definir a cotação da moeda norte-americana. “É no mercado de derivativos onde se define o preço do câmbio, porque as negociações são mais alavancadas. Com poucos recursos se negociam bilhões”, justificou.

De acordo com o ministro da Fazenda, o governo tem de regular os mercados financeiros para impedir o surgimento de novas crises como a de 2008. “Foi a liberdade aos mercados financeiros que fez os Estados Unidos quase irem à bancarrota”. Ele destacou ainda que a equipe econômica não permitirá que empresas brasileiras se endividem em dólares no mercado futuro como ocorreu há três anos.

Mantega informou que a equipe econômica continuará estimulando a competitividade do País para enfrentar a crise. “Vamos continuar as desonerações, de forma gradual para não impactar as contas públicas”.

O ministro negou ainda que a carga tributária (peso dos impostos sobre a economia) tenha aumentado nos últimos nove anos e atribuiu o crescimento da arrecadação à expansão da economia e à formalização do mercado de trabalho. “Em nenhum momento, reajustamos os tributos para o setor produtivo”, rebateu.

Segundo o ministro, o crescimento dos gastos públicos nos últimos anos se concentrou na expansão dos investimentos, como as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mantega ressaltou que a expansão dos gastos ajudou a manter a atividade econômica no Brasil durante a crise de 2008 e 2009.

 

Fonte:
Agência Brasil



10/08/2011 10:51


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