FOGAÇA: ESTABILIDADE DA MOEDA TEM EXPRESSIVO CONTEÚDO SOCIAL



As propostas de aumento substancial do salário mínimo e de programas sociais de erradicação da pobreza com recursos orçamentários, previu nesta segunda-feira (dia 3) o senador José Fogaça (PMDB-RS), estarão fadadas ao fracasso se ignorarem os efeitos sociais da estabilização da economia. Na opinião do senador, o debate político costuma ignorar o expressivo conteúdo social da estabilidade da moeda.- A manutenção da estabilidade é a proposta mais socialmente justa que se pode defender - afirmou. Ele citou estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), objeto de matéria do Jornal de Brasília de hoje, segundo o qual houve dois momentos em que se observou "notável melhora das condições materiais de vida da população de baixa renda": os planos Cruzado e Real. O Plano Cruzado, promovido em 1986 pelo governo José Sarney, implicou melhoria de condições de vida para 12 a 13 milhões das pessoas mais pobres do país, afirmou. Já com a estabilidade da moeda assegurada pelo Plano Real desde 1994, observou o senador, o total de 59 milhões de pessoas em estado de pobreza absoluta foi reduzido para 51 milhões.- Nenhum programa social organizado a partir de recursos orçamentários consegue atingir em tão pouco tempo efeitos tão notórios e expressivos como os alcançados com a estabilização da moeda - insistiu o senador. Fogaça reconheceu que as discussões em torno do aumento do mínimo e dos programas de erradicação da pobreza no país são "de grande expressão e importância política", mas "toda iniciativa que não respeite a estabilidade da moeda é falsa, mentirosa e parte de um princípio absolutamente errado".Em aparte, o senador Ademir Andrade (PSB-PA) considerou que Fogaça "não aponta caminhos" e parece temer que o salário mínimo e os programas contra a pobreza que estão sendo discutidos possam prejudicar a estabilidade. A seu ver, a opinião de Fogaça é a posição do governo e não há por que "acreditar no que o Executivo está dizendo". Fogaça, por sua vez, replicou que a defesa do salário mínimo nacional unificado implica um nivelamento por baixo. Nesse sentido, R$ 151,00 é o valor que "a Prefeitura mais pobre, do estado mais pobre, situado na região mais pobre do país" tem condições de pagar sem jogar seus funcionários no desemprego. Em São Paulo, como Mário Covas já teria declarado, o salário mínimo pode ser de R$ 450,00.- Esta é a realidade do salário de R$ 151,00: o país atrasado impõe-se ao país desenvolvido - afirmou.

03/04/2000

Agência Senado


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