FOGAÇA CONDICIONA SUCESSO DO MERCOSUL A EQUILÍBRIO DO CÂMBIO E DA MOEDA



O futuro do Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul) depende do equilíbrio entre as políticas fiscal e cambial adotadas pelo Brasil, Uruguai, Paraguai e pela Argentina, países integrantes do bloco econômico. A opinião foi expressa pelo vice-presidente da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, senador José Fogaça (PMDB-RS), durante debate promovido, semana passada, pela TV Senado.
Otimista quanto à viabilidade do Mercosul, Fogaça também considerou fundamental uma "harmonização macroeconômica" entre esses países, passível de resultar, ou não, em uma moeda comum. "Não pode haver uma diferença abissal entre as políticas monetárias adotadas pelos integrantes de um bloco econômico regional", sustentou. Para Fogaça, a estabilidade monetária é imprescindível à continuidade do processo de integração.
Entretanto, a superação dos entraves econômicos, conforme observou o senador gaúcho, não é suficiente para o sucesso do Mercosul. "É preciso que haja um clima de absoluta plenitude democrática, com respeito às leis e ao Estado de Direito, para que o país seja considerado confiável a ingressar nesse processo", afirmou.
José Fogaça acredita que se o Mercosul se consolidar como bloco econômico os países sul-americanos estarão mais preparados para disputar mercados no mundo inteiro. A construção dessa unidade é colocada pelo senador como condição indispensável à participação futura na Associação de Livre Comércio das Américas (ALCA), tendo como parceiros Estados Unidos, Canadá e México.
Apesar dos recorrentes problemas comerciais entre Brasil e Argentina, Fogaça não aposta na existência de conflitos de interesses geopolíticos e econômicos entre os membros do Mercosul. Disputas do gênero seriam provocadas, na verdade, por países do hemisfério norte, que protestam contra a perda de competitividade gerada pela globalização e adotam ações protecionistas a fim de recuperar posições perdidas no mercado internacional, acrescentou.

18/09/2000

Agência Senado


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