Fome Zero não é um programa, diz Patrus Ananias
O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, disse em audiência na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) que o Fome Zero é uma "grande política pública", envolvendo os esforços das três esferas de governo e da sociedade civil. O ministro evitou classificá-lo como um programa, explicando que todas as iniciativas do governo como o Bolsa Família, a construção de cisternas na região do semi-árido, a compra da safra dos agricultores familiares, integram o Fome Zero, bem como as ações que partem dos vários segmentos da sociedade.
- É uma forma de encontrar juntos alternativas para erradicar a fome no Brasil. É um desafio à consciência nacional. É uma mobilização que está envolvendo inclusive a Organização das Nações Unidas (ONU) e outras entidades internacionais - definiu, citando dados lembrados em seminário na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) de que morrem de fome diariamente no mundo 100 mil pessoas, incluindo 30 mil crianças entre zero e 5 anos.
Patrus também fez questão de esclarecer aos senadores que não está à frente de um superministério social, como classificou a imprensa, mas que a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi unificar as políticas públicas emergenciais. Outros ministérios, segundo ele, continuam a executar suas políticas na área social, como as pastas da Saúde, da Educação, da Previdência e da Cultura.
O ministro lembrou que o Brasil - com 11,4 milhões de famílias vivendo abaixo da linha da pobreza, ou seja, com apenas US$ 30 mensais - está entre os seis países mais injustos do mundo. Ele fez um apanhado das ações prioritárias do seu ministério, destacando, entre elas, o Bolsa Família, que deve ampliar o atendimento das atuais 3,8 milhões de famílias para 4,5 milhões até julho e 6,5 milhões até o final do ano; a liberação de R$ 70 milhões para a compra da produção de agricultores familiares, especialmente dos assentamentos da reforma agrária; a assinatura de um novo convênio com a Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban) para a construção de mais 10 mil cisternas na região do semi-árido (a meta é chegar a 50 mil até dezembro de 2004); e a distribuição de 770 mil litros de leite em parceria com os governos estaduais.
28/04/2004
Agência Senado
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