Força-tarefa entrega suas conclusões em 40 dias
O relatório com os resultados das investigações realizadas pela força-tarefa composta por representantes do Ministério Público da União (MPU), Receita Federal e Polícia Federal, que apura as transações irregulares via contas CC-5 em Foz do Iguaçu, deve estar concluído no prazo de 40 dias, segundo informou o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima durante audiência pública à CPI do Banestado, nesta quinta-feira (24).
- Encerraremos essa primeira parte dos trabalhos formatando de 18 a 20 denúncias, envolvendo entre 100 e 200 nomes - afirmou.
O procurador apresentou aos integrantes da CPI uma síntese dos seis anos de investigações do MPU em Foz do Iguaçu, iniciadas em abril de 1997. Naquela época, segundo ele, foram abertos 300 inquéritos policiais relativos a contas de cada um dos -laranjas-. Essa sistemática foi alterada. A denúncia deixou de ser individual, passando a identificar os esquemas envolvendo diversos nomes.
As operações referentes às movimentações pela agência do Banestado em Nova York foram agrupadas no inquérito nº 207 e a evasão de valores pelos carros-fortes que transitavam pela Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu a Ciudad del Leste, no Paraguai, no inquérito nº 263.
Pelos dados apresentados por Santos Lima, a força-tarefa identificou o equivalente à saída de US$ 15 bilhões por intermédio dos carros-fortes e outros US$ 5 bilhões pelo esquema das contas de -laranjas-. O valor total de remessas irregulares seria ainda maior, chegando a US$ 24 bilhões, conforme o procurador.
Santos Lima informou que, de acordo com a primeira diligência realizada pela força-tarefa em Nova York nas 137 contas de brasileiros, de empresas offshore e de -laranjas-, foram movimentados de US$ 8 bilhões a US$ 9 bilhões, valor que pode ter chegado a US$ 14 bilhões. Nesse cálculo, explicou o procurador, precisam ser depuradas as movimentações entre essas contas, que podem estar sendo contadas duas vezes.
24/07/2003
Agência Senado
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