Fortunati avalia situação e apresenta propostas
Fortunati avalia situação e apresenta propostas
O Jornal do Comércio inicia hoje uma série de reportagens com os principais candidatos ao governo do Rio Grande do Sul. Até as eleições, eles apresentarão suas propostas para diversas áreas, como segurança pública, geração de emprego e renda, educação e saúde, entre outros.
Para o trabalhista José Fortunati (PDT), candidato ao governo do Estado, os problemas envolvendo a segurança pública são nacionais, mas se agravaram no Estado em conseqüência do descaso de administrações anteriores. "Esse tema não foi tratado como prioridade pelos governos Olívio e Britto", lamentou.
Fortunati defendeu a contratação emergencial de policiais, visando o aumento do policiamento ostensivo e preventivo. "O policial fardado na rua evita que o crime aconteça", avaliou.
Segundo ele, em 1991, o Rio Grande do Sul contava com 30 mil policiais militares. Hoje, o efetivo estaria abaixo dos 25 mil, em função do Programa de Demissão Voluntária (PDV) do governo Britto e da desmotivação crescente na atual administração. "Há um desequilíbrio entre o número de policiais e a população atendida", disse.
O candidato elogiou a tentativa de combate à banda podre da Polícia iniciada em 1999. "Mas o governo Olívio foi incapaz de combatê-la e generalizou o ataque a todos os policiais, o que acabou gerando uma baixa auto-estima nos profissionais", analisou. Ele afirmou, ainda, que é necessário aumentar, principalmente, os baixos salários, já que os delegados e oficiais da Brigadaa Militar receberam equiparação com o salário dos juízes estaduais.
Acrescentou que o combate ao crime organizado, especialmente o que envolva narcotráfico, roubo de cargas e contrabando, é uma de suas principais prioridades. "O tráfico de drogas está presente até nas cidades muito pequenas", lembrou.
Conforme ele, é preciso qualificar o Serviço de Inteligência e formar parcerias com o governo federal para combater o crime organizado, bem como colocar nas ruas os cerca de 1.400 brigadianos que atuam nos presídios. "Mas, para combater a macro-violência é importante retomar o desenvolvimento econômico do Estado e do País, gerando emprego e renda", concluiu.
Propostas de José Fortunati para a Segurança Pública:
Eleitores podem simular voto em urna eletrônica
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) colocou a disposição na tarde de ontem duas urnas eletrônicas no centro de Porto Alegre. Os eleitores poderão simular o voto na estação rodoviária até o dia três de outubro, e no Mercado Público até 19 de setembro, das 13h30min às 17h45min.
O objetivo principal do serviço, segundo Jairo Grisa, da assessoria de imprensa do TRE, é "treinar o eleitor, principalmente, com ênfase na escolha dos senadores", já que este ano existem duas vagas para o Senado.
Jairo informou também que os eleitores terão que teclar 25 vezes na urna eletrônica no dia seis de outubro para escolher seis candidatos: presidente, dois senadores, deputado federal, governador e deputado estadual.
Segundo o estagiário do TRE José Luís Macedo, que atua como orientador junto a urna do Mercado Público, no primeiro dia ainda foi pequena a procura de interessados em aprender a utilizar o equipamento. "Temos que chamar as pessoas", comenta. O TRE também está colhendo informações dos eleitores que utilizam as urnas. As respostas servirão para saber como está o funcionamento da urna eletrônica.
A técnica de medicação Ione Saldanha, que testou a urna no Mercado, achou muito difícil a votação.
GM não contratará transporte gaúcho
A General Motors continuará contratando somente os cegonheiros associados ao sindicato paulista e à Associação Nacional das Tranportadoras de Veículos (ATNV). Esta foi a conclusão da reunião de ontem entre os representantes da General Motors (GM) e o procurador Lafayete Josué Petter, do Ministério Público Federal. A reunião começou às 18h, em Porto Alegre, com um atraso de quase duas horas.
A empresa entregou a sua posição por escrito ao MP e os procuradores devem chegar a uma conclusão em 15 dias. Não está descartada a possibilidade de abertura de uma ação civil pública contra a montadora. O Ministério Público havia recomendado à GM que aceitasse que pelo menos 20% da frota de veículos fabricados pela montadora, em Gravataí, fossem transportados pelos cegonheiros gaúchos.
Segundo o presidente do Sindicato dos Cegonheiros Autônomos do Rio Grande do Sul (Sintravers), Jefferson Casagrande, a GM nunca empregou o serviço dos motoristas gaúchos desde que se instalou no Rio Grande do Sul. Existem cerca de 200 cegonheiros no Estado, que estão sem trabalhar desde abril, quando o contrato com a montadora Renault foi cancelado. Hoje haverá uma assembléia da categoria para decidir as próximas ações.
Ontem, os cegonheiros que estavam desde terça-feira passada estacionados em frente ao Palácio Piratini deixaram o local, cumprindo um acordo feito neste sentido com a EPTC. Eles se deslocaram até a sede de seu sindicato, na Zona Norte da Capital. Procurada pelo Jornal do Comércio, ontem, a assessoria de comunicação da GM não deu resposta.
Campanha contra o colesterol vai até sexta-feira
O primeiro dia da campanha nacional contra o colesterol elevado registrou intensa procura de público nos estandes montados no Bourbon Shopping Assis Brasil e no Aeroporto Salgado Filho. Os porto-alegrenses poderão fazer os testes de sangue gratuitos, até sexta-feira, das 10h às 22h. A campanha é organizada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, e tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre os riscos do colesterol alto. A previsão é que 180 mil pessoas participem da campanha em Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Bahia.
Na fila do Bourbon, ontem à tarde, as aposentadas Maria de Lourdes e Terezinha Medeiros Catani aguardavam, com expectativa, pelo exame. Havia cerca de 200 pessoas na fila. Maria de Lourdes disse que é a segunda vez que realiza o teste. "Tive de entrar em uma dieta rigorosa e diminuir a carne gordurosa", contou. Terezinha disse que o exame feito no ano passado revelou um índice muito alto da substância.
Segundo ela, o médico recomendou-lhe a redução da carne gorda e a realização de caminhadas.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, Porto Alegre é a capital com o maior índice de colesterol do Brasil. Pelo menos 40% dos porto-alegrenses tem taxas de colesterol (gordura no sangue) acima do normal, ou seja, mais de 200mg/dl. O hábito do churrasco e da carne gordurosa são as principais causas dos altos índices. O excesso de gordura ingerido pode ficar nas artérias, provocando o entupimento e, por conseqüência, doenças cardiovasculares (do coração e vasos sanguíneos).
Pessoas obesas, fumantes, hipertensas, diabéticas ou que tenham familiares com doenças cardiovasculares são mais propensas ao colesterol alto. A sugestão para prevenir este problema é uma alimentação balanceada e atividades físicas regulares, de pelo menos 30 minutos, três vezes na semana.
Dólar a R$ 3,19 bate sexto recorde consecutivo
O dólar chega ao sexto recorde consecutivo do Plano Real, depois de diparar 5,8% a cotação fechou a R$ 3,19 na venda. A moeda norte-americana até alcançou os R$ 3,29 em alta de 9,12%, e se encerrasse nesse nível, o real teria registrado a maior desvalorização em um único dia desde janeiro de 1999. No entanto, a pressão foi reduzida por três intervenções do Banco Central. Com o comportamento tenso de ontem, o mercado começa a equiparar o real ao peso argentino.
A falta de liquidez do mercado, que negociou ontem menos de 50% do volume em dias normais, e a escalada do risco-país pressionaram a moeda norte-americana. A demanda por dólares é maior que a oferta. "O BC não tem cacife suficiente para bancar essa diferença", lembra o economista e professor da Unicamp, Luciano Coutinho. Ele explica que o Brasil precisa de US$ 50 bilhões por ano, quase US$ 4,2 bilhões por mês. Com as dívidas das empresas vencendo e o risco-país alto fica impossível rolar a dívida.
O risco EMBI+, medido pelo JP Morgan até as 16:52 estava em 2.185 pontos em alta de 9,74%. As declarações do secretário do Tesouro norte-americano, Paul O'Neill no final de semana junto com a desastrosa entrevista do ministro da Fazenda, Pedro Malan, na sexta-feira, pioraram o humor dos investidores. Os C-Bonds, títulos brasileiros mais negociados no exterior, despencaram 6,04%, para 52,5% do valor de face.
"O O'Neill parece mais um representante do interesse dos especuladores", reclama o diretor da Pioneer Corretora João Medeiros. O professor de Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) José Cezar Castanhar diz que 80% da escalada é causada pela especulação dos investidores que aplicam no mercado futuro de câmbio. Ele classifica como ridícula a explicação de que a disparada foi causada pelas declarações de O'Neill.
Os investidores também pressionam para o fechamento da Ptax amanhã. O dólar futuro de agosto fechou abaixo do à vista, cotado a R$ 3,16. Isso mostra que diversas empresas estão desfazendo o hedge para efetuar pagamentos no exterior. A tendência do câmbio continua sendo de alta. Somente mais medidas de contenção pelo BC reverteriam a situação. Há diversas saídas programadas para os primeiros dias de agosto. No caso da Portugal Telecon, o montante seria de US$ 1,5 bilhão.
Governo vai a Washington negociar com o FMI
Depois de um dos dias mais tensos no mercado financeiro desde a mudança no câmbio, em janeiro de 1999, o governo brasileiro voltará a sentar à mesa com os técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) para negociar os termos de uma nova ajuda financeira ao País. Hoje à noite uma equipe do governo chefiada pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, embarca para Washington, no Estados Unidos para "dar seqüência aos entendimentos que vinham sendo mantidos com o fundo", informaram assessores do Ministério da Fazenda e do Banco Central.
Ontem, logo após as 15h, a cotação do dólar chegou a R$ 3,29, um valor recorde. O ministro da Fazenda, Pedro Malan, manteve vários contatos com o presidente do BC, Armínio Fraga, que acompanhava escalada do nervosismo na sede do banco no Rio de Janeiro, e com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Malan conversou diretamente com o diretor-gerente do FMI, Horst Köhler, e com a vice-diretora-gerente do Fundo, Anne Krueger, para acertar a visita da missão brasileira.
Bier e o diretor de Política Econômica do BC, Ilan Goldfajn, que acompanhará o secretário-executivo da Fazenda na viagem, levarão na mala um esboço do que é considerado um acordo ideal para o governo. Os termos, no entanto, terão de ser negociados com os técnicos do fundo. Inicialmente, o Brasil não pensa em fazer nada que exija a concordância por escrito dos candidatos à presidência da República.
O ministro Malan disse que não se está pedindo nada mais aos candidatos a não ser compromisso com estabilidade da moeda, equilíbrio fiscal e respeito a contratos. "Temos de ser responsáveis fiscalmente porque acreditamos que é importante sê-lo. Queremos manter a inflação sob controle porque acreditamos que é isso que deseja a maioria da população e acho que temos que respeitar contratos", afirmou. "Agora, como todos os candidatos têm deixado claro que são favoráveis a isso, eu não considero ingerência quando os próprios candidatos já se manifestaram claramente, alguns por escrito, a esse respeito. Não se está pedindo nada mais do que isso neste momento", completou, ao ser questionado se declarações recentes de autoridades norte-americanas sobre a economia brasileira não seriam uma ingerência externa nos assuntos do País.
A possibilidade de obter novos recursos do FMI deverá acalmar os ânimos do mercado financeiro que, já fazia as contas para saber por quanto tempo o BC conseguiria manter as vendas diárias de dólares para suprir a demanda de empresas que têm compromissos a pagar nas próximas semanas. Como não estão conseguindo renovar as dívidas que estão vencendo, as empresas são obrigadas a adquirir a moeda estrangeira para honrar seus compromissos. Isso tem pressionado a cotação da moeda.
Artigos
Prevenção de acidentes do trabalho
Nelson Agostinho Burille
Dia 27 de julho é dia nacional de prevenção de acidentes do trabalho. Há 30 anos, através da portaria no 3.275 (27/07/72), do Ministério do Trabalho, foi criado o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - Sesmt, e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CIPA, em uma época que o Brasil, além de campeão mundial de futebol (1970) também ostentava o título de campeão mundial de acidentes do trabalho. Para dar uma dimensão deste número, neste ano, em 1972, tivemos 1.504.723 acidentes do trabalho registrados, fora os não registrados oriundos das atividades informais, para um universo de 8.148.987 segurados - trabalhadores com carteira assinada, o que significa uma taxa de 14,9%. Era um número demasiadamente elevado, pois era o equivalente a 171 acidentes por hora, no País. A lei nº 6.514, de 22/12/77, alterou o capítulo V da CLT e introduziu o Sesmt e a CIPA, arts. 162 e 163, respectivamente, além de outros procedimentos visando promover a prevenção de acidentes decorrentes do trabalho. Em decorrência desta situação lamentável, o governo viu-se na obrigação de fazer alguma coisa para reduzir este quadro dramático. Instituiu, então, o Sesmt e a CIPA, para fazer prevenção de acidentes do trabalho dentro das empresas.
Transcorridos 30 anos, neste último dia 27, felizmente continuamos ostentando o título de pentacampeões de futebol, porém, felizmente, não temos mais o título de campeões de acidentes do trabalho. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, OIT, estamos em 14º lugar. Conforme a nossa última estatística, da Previdência Social, referente ao ano de 2000, ocorreram 343.996 acidentes do trabalho registrados para 27.265.342 contribuintes empregados, taxa de 1,26%. Só o Rio Grande do Sul contribuiu com 37.434 acidentes do trabalho liquidados no ano de 2000. Este número significa 102 acidentes por dia, em média, ou quatro acidentes por hora. Destes acidentes, 186 trabalhadores perderam a vida, uma morte a cada dois dias decorrente de acidentes do trabalho. Vale lembrar que estes números são a ponta do iceberg, pois referem-se somente aos trabalhadores com carteira assinada e que o empregador registre o acidente. O número real de acidentes, com certeza, é muito maior. O que devemos fazer? Prevenção. Aonde? Nas empresas, em todos os níveis. Como? Com educação, treinamento e aprimoramento profissional. A responsabilidade inicia pelo empresário, aquele que é o responsável pelo empreendimento, negócio ou empresa, passando pelo governo, órgãos de fiscalização, em todos os níveis (federal, estadual e municipal), e terminando com os próprios empregados, que devem exigir condições seguras de trabalh o. É inaceitável o empregador que diz que não tem CIPA ou Sesmt porque a lei não o obriga. Não há lei que obrigue nenhum empregador a fazer segurança patrimonial, porém quase todos têm. Então por que necessitam de força de lei a obrigá-los a fazer segurança na vida dos seus trabalhadores? Pensar e agir assim é pequeno e medíocre. Vamos fazer prevenção, pois trabalho sadio e seguro é garantia de boa produtividade, além de preservar o bem maior da empresa, a vida dos seus trabalhadores.
Colunistas
ADÃO OLIVEIRA
O nervosismo do mercado
O dólar comercial fechou na manhã de ontem em forte alta de 4,97% a R$ 3,16.
Para os analistas a alta já era esperada pelo fato de o governo não ter alternativas no momento, a não ser deixar o dólar subir. O que o governo pode fazer é um acordo com o Fundo Monetário Internacional. Estes mesmos analistas criticam a política adotada pelo Banco Central de intervenções no mercado, com venda diária de US$ 50 milhões, até o final do mês.
O Tesouro Americano e o Fundo Monetário Internacional têm dito que não vão emprestar dinheiro fácil para Brasil e para Argentina. O Brasil passa incertezas aos organismos internacionais. Ninguém sabe se no futuro, o Brasil honrará ou não a sua dívida externa.
O ministro Pedro Malan, da Fazenda, não está muito preocupado com isso. Malan não tem dúvida de que o Brasil vai firmar um novo acordo com o FMI: "Mas não tem sentido essa idéia de anunciarmos o dia e a hora de sua assinatura".
Para o ministro da Fazenda, "este governo não deixará de governar, não se afastará de suas responsabilidades, portanto não vamos apresentar nenhum tipo de papel para que os candidatos à presidência da República assinem. É obrigação deste governo fazer o que parece apropriado ao país e nós o faremos, mas estas coisas não se definem em 24 ou 48 horas".
"O Brasil já deu clara demonstração, ao longo dos anos, da forma correta como utiliza seus recursos. Eu não tenho dúvidas, os organismos internacionais darão apoio financeiro ao Brasil. O que está sendo solicitado ao Brasil, é que o país mostre compromisso com responsabilidade fiscal, com a preservação da inflação sob controle, com respeito a contratos", disse o ministro.
Mais adiante Pedro Malan falou das comparações que andam fazendo do Brasil com outros países: "É lamentável que coloquem o Brasil ao lado de países que estão em situação difícil. Quem compara o Brasil com a Nigéria, não conhece nem a Nigéria, nem o Brasil", alfinetou.
Outro aspecto delicado no bojo das dificuldades por que o Brasil passa é a nossa dívida externa. Pedro Malan a considera admirável. O aumento da dívida, segundo ministro, é decorrente da alta do dólar, "quando o dólar voltar - e ele voltará - essa questão da dívida será resolvida. Nós vamos reverter a atual situação".
"O mundo está numa situação difícil, não só na aversão a riscos derivados de problemas de fraudes de balanços e de contratação de liquidez. Isso cria dificuldades também para o Brasil. Essa fase de dificuldade estará conosco por semanas ou até meses, mas em algum momento ela será superada.
Não será uma situação permanente".
Finalizando a sua entrevista sobre o momento nervoso da economia brasileira, o ministro Malan acredita nas fontes de financiamento das empresas multilaterais como o Banco Mundial, o Interamericano de Desenvolvimento e o Fundo Monetário Internacional. "Nós tivemos, temos e continuaremos ter o apoio dessas organizações. Nós vamos superar as dificuldades externas. O Brasil é maior do que tudo isso", conclui o ministro da Fazenda.
FERNANDO ALBRECHT
Segurança extrema
A insegurança está gerando uma paranóia tal que não há cuidado que chegue para garantir os seus bens. Ou a vida. O cidadão da foto entendeu que seu Pointer estava mais seguro literalmente acorrentado em uma árvore, na esquina da Hilário Ribeiro com a Santo Inácio. Se fez isso com um Pointer, imagine com um carrão importado. Acorrentaria num navio fundeado, quem sabe. O perigo é um fiscal multá-lo por estar prejudicando uma árvore. Ou, ainda, algum ladrão com uma motosserra fazer um serviço completo.
Recorde
A Universidade Federal de Santa Maria comemora o recorde de alunos diplomados em graduação. No ano de 2001, os 2.142 graduados revelam que o índice de evasão escolar caiu para 17%, o mais baixo entre as universidades brasileiras - a média chega a 40%, segundo o reitor Paulo Sarkis. Cada aluno representa US$ 3 mil/ano de investimento público.
Adesivo do buraco
Certo, a Smov está correndo atrás do prejuízo para tapar a buracama que se renova a cada chuva, mas os motoristas não querem nem saber. Tanto que alguns circulam com um adesivo que diz "Velocidade controlada pelos buracos da prefeitura".
Problemas da cidade
Leitor conta a história do remorso que ficou por não ter dado algum dinheiro para um menino com cara de choro, na esquina da Quintino Bocaiúva com Mostardeiro, que alegava ter sido assaltado e precisava de dinheiro para voltar para Barra do Ribeiro, sua terra. O remorso desapareceu quando ele voltou a encontrá-lo em outras esquinas, repetindo a mesma história. Ou veio pouca grana ou ele quer ir mesmo para outra Barra, a do Rio de Janeiro.
Protesto em Cachoeirinha
Os advogados de Cachoerinha prometem fazer um protesto na frente do Fórum dia 12 a partir das 13h. Eles reclamam da morosidade do andamento em seus processos. São mais de 13 mil para três juízes e meia dúzia de funcionários. Existe um troca troca de juízes porque eles não agüentam tanto trabalho, sendo que alguns não permanecem nem seis meses na cidade, segundo um dos advogados. Eles também reclamam dos acanhados espaços do prédio e da falta de oficiais de Justiça.
Os iluminados
Uma entidade auto-denominada Guerreiros Anticorruptos, que apóia candidatos petistas, distribuiu domingo na Internet o Boletim nº 26 com uma idéia espantosa. O coordenador, Paulo Bacellar, apela indiretamente para que "oficiais patrióticos" deflagrem um golpe para entregar o poder ao Ministério Público pelo prazo de um ano. Findo este, seria feito um concurso público para selecionar um milhão de brasileiros, que formariam um colégio eleitoral para votar em nome dos outros todos.
Diário Oficial I
O Diário Oficial do Estado publicou súmula de dispensa de licitação de serviços da Corag para a Secretaria de Educação. O trabalho consiste em "serviços de impressão de 30 revistas para o Congresso Estadual do Mova RS" no valor de R$ 111.040,56. Para 30 exemplares? Devem ser folheadas a ouro ou conter a pedra filosofal.
Diário Oficial II
Em outra publicação no DOE a Secretaria de Estado da Cultura rejeita como "não recomendado" o projeto Recital Miguel Proença - 40 anos de carreira formatado para diversos municípios do Estado. Miguel Proença é um artista festejado internacionalmente. Por coincidência, Miguel é irmão de Renan, presidente da Fiergs.
Substituição
A direção da Usiminas esteve aqui explicando o seu Projeto Usiteto para redução do déficit habitacional do País via construção de moradias em larga escala. A estrutura metálica pode ser montada em apenas quatro horas. Está aí uma boa idéia para o MST substituir suas cidades de lona preta.
Parabéns pra você
No próximo dia 7 um ilustre rio-grandense, austríaco de nascimento e naturalizado em 1950, completa 83 anos: Xico Stockinger, cujas obras daí em diante passarão a ser assinadas como "Xico 83", sua nova assinatura. A data será comemorada com pompa e circunstância na galeria Garagem de Arte, onde o artista possui uma sala especial de exposição permanente.
Visita japonesa
Uma comissão de seis vereadores da cidade japonesa de Kanazawa visitou a Câmara Municipal. Foram recebidos pelos vereadores Carlos Garcia (PSB), João Dib (PPB) e João Carlos Nedel (PPB). Kanazawa, localizada na parte central de Honshu, principal ilha do Japão, é cidade-irmã de Porto Alegre desde 1967, quando era prefeito Célio Marques Fernandes. A visita comemorou o 35º aniversário da parceria.
Da pesquisa da Como & Porque: 22% dos leitores do JC estão entre 20 e 29 anos e 23% entre 30 a 39 anos.
Claro Digital coloca em operação o Claro Chat Amizade para até cinco pessoas.
A Paim promove Fernanda Tegoni para Gerente de Atendimento e traz Cláudio Franco.
Grêmio e Bambas da Orgia começaram as tratativas para o desfile do carnaval de Porto Alegre 2003.
Comunidades carentes de 63 municípios vão ser atendidas pelo Senai Comunitário.
Inscrições para o concurso Talentos da Maturidade do Banco Real vão até dia 23.
Cremers dá 90 dias para que médicos credenciados ao Detran se adaptem à Resolução CFM 1636.
Correção: na capa da edição de ontem foram invertidas as fotos de Kaestner (Uwe Kaestner, embaixador alemão) e Ferronato (Airto Ferronato, diretor do DEP).
CARLOS BASTOS
PDT quer manter representações
O partido de Leonel Brizola, o PDT, quer no Rio Grande do Sul manter suas representações de quatro deputados federais e sete deputados estaduais. Os quatro pedetistas com assento na Câmara Federal são candidatos à reeleição e com boas possibilidades: Pompeo de Mattos, Alceu Collares, Airton Dipp e Enio Bacci. E surge com muito ímpeto a candidatura do ex-vereador Pedro Ruas, vice-presidente do PDT gaúcho, e que teve boa performance no pleito de 1998 como candidato ao Senado Federal. Destacam-se ainda na nominata federal o radialista Vicente Paulo Bisogno, de Santa Maria, o ex-prefeito de Bento Gonçalves, Fortunato Rizzardi, Adriane Rodrigues, primeira suplente da bancada estadual, além de Flávio Zacher, ex-presidente do DCE da PUC e da Juventude nacional do PDT, o vereador Alceu Barbosa Velho, de Caxias do Sul, e o ex-prefeito de Tramandaí, Osmani Barbosa.
Diversas
Última
A Executiva Municipal do PMDB, em reunião com os subdiretórios de Porto Alegre decidiu, por unanimidade, delegar à vice-presidente Nicéa Brasil e ao coordenador político, ex-deputado Antenor Ferrari, o comando do processo eleitoral na capital. Na oportunidade, os peemedebistas também por unanimidade decidiram não aceitar os pedidos de licença encaminhados pelo deputado federal Mendes Ribeiro Filho e pelo vereador Luiz Fernando Záchia, da presidência e vice-presidência do partido, respectivamente. Os peemedebistas entendem que a presença do presidente e do vice-presidente é de vital importância para a campanha da chapa majoritária e afirmação do partido em Porto Alegre. Mendes Filho e Zácchia haviam decidido licenciar-se para cuidar de suas próprias campanhas eleitorais.
Editorial
CHEGOU A HORA DO BRASIL TER VERGONHA NAS SUAS FINANÇAS
As declarações do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O'Neill, que veio da área industrial e assumiu as finanças, de que não adianta emprestar à Argentina e ao Brasil sem ter a certeza de que o dinheiro não vai parar em contas na Suíça é de fazer corar até os indígenas da Amazônia. É uma vergonha e humilhação que levamos na cara, bofetada não de luva, mas direta no nariz empertigado daqueles que, malgrado as evidências mais grotescas, insistem em dizer que a causa dos nossos problemas socioeconômicos são o FMI, os EUA e a variação neoliberal, quando são conseqüência. Ora, o Brasil vem gastando muito mais do que arrecada há décadas, com a pequena recuperação promovida após a crise de 1998, que levou à flutuação cambial. De lá para cá, o superávit das contas públicas tem ficado em 3,5%, sendo elevado para 3,75%, mas deveria ser de 4,5% a 5% do PIB. Só assim a relação dívida pública não estaria, em junho, correspondendo a quase 60% do PIB, por causa da elevação do dólar, ontem em inexplicáveis R$ 3,290.
Logo, depender menos do dinheiro externo emprestado é fundamental, combater a sonegação, tentar formar uma cultura de poupança interna, via fundos de pensão, reformular a Previdência pública e privada, manter a aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal em todos os níveis e alertar o País de que não outro caminho, salvo gastar sempre menos para que sobre dinheiro a fim de pagar e ir diminuindo o que o governo deve.
Além disso, os candidatos deveriam falar menos sobre assuntos e idéias que assustam os investidores e as empresas. Por exemplo, restringir o envio de dólares ao exterior, uma bobagem que não resolve nada mas que fez com que muitas pessoas físicas e jurídicas antecipassem a compra de dólares e a remessa para fora, pressionando a moeda norte-americana. A falta de cautela nos discursos ao sabor do momento pelos candidatos de oposição elevou o risco do País a níveis jamais vistos e afugentou os financiamentos.
Justamente por ter estabelecido e seguido as normas cambiais desde 1992, o Brasil deu liberdade ao fluxo de capitais e o resultado foi altamente positivo, os números não mentem. Até aquele ano, 1992, os investimentos estrangeiros não chegaram a US$ 50 bilhões. Pois nos últimos 10 anos pularam para US$ 150 bilhões. A possibilidade de que este canal de entrada e saída seja fechado, faz disparar as remessas, pressionando o dólar.
Outro motivo é que como os títulos das dívidas brasileiras no exterior perderam de 30% a 40% do seu valor de face, muitas empresas estão recomprando, indo ao mercado em busca de dólares, também elevando a cotação. Outro fator de estresse financeiro é o corte abrupto das linhas de crédito para o comércio exterior, sendo que, comparando desde 1980, diminuíram em até 50%, por causa da crise de confiança nos Estados Unidos. No começo do ano, uma empresa exportadora importante conseguia crédito pagando a Libor, taxa de referência inglesa, mais 1,5 ponto percentual para operações de 180 a 360 dias, saltando, em junho, para a Libor mais quatro pontos percentuais, hoje está em oito pontos mais a Libor. Tudo isso conduz ao fato de que um acordo com o FMI, onde os países conseguem os dólares mais baratos do mundo, seria importante para a travessia do ano eleitoral e atingindo todo 2003. O pro blema é que com as declarações de Paul O'Neill, certamente as condições serão draconianas, mais ajuste fiscal, além das pressões para que o Brasil abra mercados sem qualquer contrapartida, começando por aderir à Alca, e devermos sempre e cada vez mais favores ao Tio Sam. E ele, como se sabe, tem negócios, não amigos, indo em busca do lucro, palavra mágica, talvez mesmo uma ganância infecciosa que veio após a exuberância irracional, para azar nosso.
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07/30/2002
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