Fórum Mundial de Ciência chega ao Rio de Janeiro
A realização do 6º Fórum Mundial de Ciência (FMC 2013) no Rio de Janeiro, entre os dias 24 e 27 de novembro, representa mais um momento histórico na trajetória do Brasil em busca da sustentabilidade para o desenvolvimento humano. A avaliação é do secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, para quem a promoção do evento no País reforça o papel central que o Brasil passou a ter na discussão sobre a temática.
“O Brasil se colocou politicamente no cenário internacional e tem exemplos para mostrar, como a redução do desmatamento na Amazônia. E existe sim a possibilidade de se conciliar o uso dos recursos naturais com o desenvolvimento sustentável, ainda que esse seja um desafio para todos os países do mundo e também para o nosso”, observa o secretário do MCTI. Com o tema "Ciência para o desenvolvimento global", a edição do Fórum Mundial de Ciência no Rio será a primeira fora da Hungria.
Nobre relembra a construção desse debate no país, com destaque para a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida também como Eco-92, Rio-92, Cúpula ou Cimeira da Terra. O encontro reuniu mais de 100 chefes de Estado que buscavam meios de conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra.
“O conceito sobre desenvolvimento sustentável entra para a agenda política global, mas em 1992, nós não podíamos dizer que o Brasil estava numa trajetória de sustentabilidade. Realidade essa que mudou muito nos últimos 20 anos”, ressalta o climatologista. Ele destaca outro momento significativo para o Brasil por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano passado, também na capital fluminense.
O evento marcou as duas décadas decorridas desde a realização da Rio-92 e teve como objetivo a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes. “A Rio+20 foi o segundo momento simbólico e de uma participação muito expressiva do Brasil”, comenta.
O titular de Políticas de Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI destaca a importância da ciência na questão. “É em cima do conhecimento científico se constroem novos conhecimentos e soluções tecnológicas”, afirma. Para Nobre, a grande preocupação mundial é que a sociedade global sabe da existência dessas possibilidades, mas a velocidade com que os países assumem essas novas percepções tem sido insuficiente. “A ciência se preocupa, cada vez mais, que uma inação global possa levar a uma situação de maior dificuldade para as próximas gerações para atingir a qualidade de vida que a nossa geração já atingiu. Esse é também um desafio da ciência”, conclui.
Preparação
A organização do FMC 2013 (WSF, na sigla em inglês) conta com a participação conjunta de 12 instituições que compõem o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil (MCTI, ABC, SBPC, MRE, Capes/MEC, CNPq/MCTI, Finep, CGEE, Andifes, Consecti, Confap e Escritório da Unesco no Brasil). Pela importância do evento, as entidades promoveram, no ano passado e neste, sete encontros preparatórios em capitais brasileiras: São Paulo, Belo Horizonte, Manaus, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília.
Em cada um desses encontros foram discutidos temas de interesse regional e relacionados aos principais desafios da ciência no século 21, nos contextos nacional e internacional. O debate resultou em uma publicação, a ser lançada oficialmente durante o fórum, com a consolidação das proposições e conclusões das discussões realizadas.
Ainda com o objetivo de promover, previamente e em âmbito nacional, uma ampla discussão sobre o tema, o MCTI, a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e as instituições parceiras do sistema realizam, nos dias 21 e 22, o Seminário Brasil – Ciência, Desenvolvimento e Sustentabilidade.
Na ocasião, será apresentada uma síntese dos resultados dos encontros preparatórios, bem como a Declaração da América Latina e do Caribe para o WSF 2013, que lança as bases de um plano estratégico regional para a resolução de problemas comuns para as próximas décadas. O seminário terá a participação de cientistas estrangeiros e brasileiros, jovens pesquisadores, empresários e autoridades do setor, com transmissão ao vivo pela Internet.
Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
12/11/2013 14:44
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