Francelino afirma que Bolsa-Escola de FHC é o modelo ideal para distribuição de renda



O senador Francelino Pereira (PFL-MG) defendeu a fórmula usada pelo atual governo com o Bolsa-Escola para programas de distribuição de renda - a entrega do dinheiro diretamente às mães das famílias beneficiadas, à razão de R$ 15 por criança matriculada no ensino fundamental, até o limite de R$ 45, ou três crianças na escola. Francelino abordou, em seu discurso desta quinta-feira (7), o debate travado na mídia e no PT sobre a melhor forma de prestação de ajuda alimentar à população pobre - se mediante cupom a ser trocado por alimentos ou se por meio da entrega direta de dinheiro vivo às mães de famílias carentes.

O senador divulgou dados sobre o Bolsa-Escola, que distribui o dinheiro sem a tutela de intermediários. De junho de 2001 a setembro deste ano, o programa aplicou em todo o país mais de R$ 1,5 bilhão. O Bolsa-Escola está implantado em 5.545 dos 5.561 municípios brasileiros - faltam apenas 16 cidades para atingir a totalidade do Brasil. Estão sendo atendidas 5,1 milhões de famílias, ou 8,7 milhões de crianças.

- Juntamente com o pagamento, também mensal, das aposentadorias do INSS, o Bolsa-Escola é, para os municípios, principalmente os mais pobres, a fonte de renda mais expressiva oriunda do governo federal - afirmou Francelino.

Em Minas Gerais, informou o senador, todos os 853 municípios estão sendo atendidos.

- Em setembro último, Minas Gerais recebeu R$ 14,4 milhões, recursos que atenderam a 553,4 mil famílias e a 962,5 mil crianças - acrescentou.

Francelino Pereira disse que o Brasil continua vivendo tempos de escravidão de raízes profundas e históricas, que datam dos tempos de colônia. O senador citou pesquisa do Banco Mundial que coloca o Brasil à frente apenas de Serra Leoa, Guatemala e Paraguai em matéria de desigualdade de renda:

- Esperamos que os dirigentes da prometida Secretaria de Emergência Social, a ser criada no governo Lula, saibam conduzir com sabedoria, isenção e espírito público os programas sociais da nova administração, e assim possam contribuir para o alívio do quadro de miséria que nos humilha e nos ofende - disse o senador, que anexou ao discurso a relação dos 27 estados brasileiros com a quantia que cada um deles recebeu do Bolsa-Escola em setembro último.



07/11/2002

Agência Senado


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