Francelino lembra "beleza e ensinamentos" da obra de Niemeyer



O senador Francelino Pereira (PFL-MG) lembrou nesta quarta-feira (11) -as belezas e os ensinamentos- da obra de Oscar Niemeyer, em sessão especial em homenagem aos 95 anos de idade do mais importante arquiteto brasileiro.

- Não há como não exaltar a arquitetura de Niemeyer, que a cada momento nos surpreende com novas e fulgurantes belezas. E a beleza, disse ele, citando o poeta francês Baudelaire, tem como características o espanto e a surpresa - lembrou o senador.

Francelino destacou as obras recentes do arquiteto, como o Novo Museu em Curitiba e o novo auditório do complexo do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Além disso, ressaltou o zelo de Niemeyer com Brasília, sua maior obra.

O senador lembrou que há poucos anos Niemeyer esteve no Congresso, apresentando o projeto da obra que vai completar o conjunto dos prédios que abrigam o Congresso Nacional, fazendo com que sua frente fique voltada para a Praça dos Três Poderes. O conjunto foi projetado originalmente desta forma mas, com a implantação do parlamentarismo, que se entendeu por um ano a partir de agosto de 1961, Niemeyer foi chamado a criar novos gabinetes, os quais ficaram localizados no lado leste no prédio principal, tirando a visão da Praça dos Três Poderes.

O senador Bernardo Cabral (PFL-AM), em aparte, disse que se houvesse um prêmio Nobel para a arquitetura, Niemeyer já o teria recebido. Cabral disse ainda que o Senado não só homenageia o arquiteto, mas reconhece as suas integridade, genialidade e honestidade. -Oscar Niemeyer não pode ser comparado-, concluiu.

Lembrando a trajetória de Niemeyer, que começou com o projeto da Pampulha, em Belo Horizonte, Francelino disse que o arquiteto era exatamente o que o então governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek, procurava para dar vazão à sua audácia e otimismo de construir uma nova capital para o Brasil.

- Niemeyer conta que JK foi buscá-lo em sua casa, no Rio de Janeiro, e lhe disse: -Vamos construir a nova capital do país-. O arquiteto recusou, no entanto, o convite para projetá-la, sugerindo a abertura de concurso nacional. Faria o projeto dos prédios monumentais - lembrou Francelino.

O senador ressaltou a beleza plástica do Palácio da Alvorada, do Palácio do Planalto, do Itamaraty, do Ministério da Justiça, da Catedral, do Congresso Nacional e dos novos prédios que ainda surgem, como o Panteão dos Heróis Nacionais, o Memorial JK, a sede do Superior Tribunal de Justiça e a novíssima sede da Procuradoria Geral da República, além dos anexos do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal de Contas da União.

Francelino lembrou ainda o que o arquiteto disse sobre seu próprio trabalho, em novembro de 1998: -É uma arquitetura mais livre, em que a curva é mais freqüente, mais ligada às velhas coisas brasileiras. O Palácio da Alvorada, por exemplo, se verá que ele tem a predominância horizontal das casas de fazenda, a varanda que ampliava as salas, a primeira capela. Não pensei em nada disso quando fiz o projeto, mas, sem querer, há uma influência. Corbusier me disse que eu tinha as montanhas do Rio nos meus olhos. A gente guarda tudo o que amou na vida: montanhas, rios, o ambiente brasileiro, mulheres etc.-



11/12/2002

Agência Senado


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