Francelino quer que Senado discuta preconceito racial



A realização, nesta semana, da Conferência Mundial contra o Racismo e outras formas de discriminação, em Durban, na África do Sul, representa, na avaliação do senador Francelino Pereira (PFL-MG), a oportunidade para que o Senado discuta o tema em profundidade. Ele sugeriu a realização de um dia inteiro de debates sobre o assunto na Casa.

Francelino disse que o Brasil deve abandonar o mito da democracia racial e dedicar-se a encontrar formas de diminuir o preconceito contra negros e pobres. "As desigualdades no Brasil não estão diminuindo, mas aumentando de forma dramática", lamentou o senador, citando estatísticas segundo as quais apenas 5% dos estudantes universitários brasileiros são negros. "Na Bahia, estado que tem 80% de sua população formada por negros, apenas 8% das vagas no ensino superior são ocupadas por negros", completou.

O senador disse que é emblemático o fato de a conferência realizar-se na África do Sul, país que durante décadas adotou uma política oficial de segregação racial. Francelino elogiou os esforços do governo federal no sentido de incentivar o debate sobre o assunto e disse que o ministro da Justiça, José Gregori, presente ao encontro, levou cerca de 250 documentos que mostram a dura realidade da discriminação. "Esse debate precisa ser feito e se deve aplaudir a iniciativa de abrir o debate sobre a questão racial. O silêncio não pode perdurar na sociedade e no Congresso Nacional", disse Francelino.

31/08/2001

Agência Senado


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