Francisco Dornelles quer mudar lei para acabar com a 'história de votar em um e eleger outro'
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) defendeu nesta segunda-feira (2) em Plenário que o Congresso dê prioridade, na reforma política que deverá ser discutida no próximo ano, à implantação do voto majoritário para deputado no país, para "acabar com a história de se votar em um candidato e eleger outro".
Observou que o atual sistema de votação proporcional para deputados, que transfere votos de um candidato com muito voto para um colega de partido com pouco voto, "é uma distorção que não atende ao interesse dos eleitores".
O senador diz ser difícil, no Brasil, passar do voto proporcional diretamente para o voto distrital puro, no qual cada estado é dividido em distritos. "O desenho do distrito é complexo e traz imensos problemas políticos no momento da divisão do estado."
Por isso, ele sugere o voto majoritário para deputados, por ele chamado de "distritão" - distinguindo-o da ideia de instituir-se o voto distrital misto. Pelo sistema proposto por Dornelles, cada estado elegeria os candidatos mais votados para a Câmara dos Deputados e para as assembléias estaduais. Ele considera "ultrapassado" o sistema de votação proporcional, lembrando que no Rio de Janeiro, nas últimas eleições, foram empossados candidatos com "10 mil e 11 mil votos, deixando de fora candidatos que tiveram 90 mil votos".
Eleições descasadas
No mesmo discurso, Francisco Dornelles também defendeu que as votações para presidente da República sejam feitas em épocas separadas das votações para governadores e deputados estaduais. Ele entende que os brasileiros não deveriam discutir numa mesma eleição os problemas da União e dos estados.
O senador propõe que as eleições para presidente da República sejam realizadas junto com as eleições para o Senado e para a Câmara Federal. Dois anos depois, seriam realizadas as eleições para governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores.
O senador do Rio de Janeiro tem proposta de mudança constitucional que descasa essas eleições e também pediu apoio dos seus colegas para sua aprovação. Pelo seu projeto, para que as eleições de governadores sejam separadas das eleições para presidente da República, os governadores e deputados estaduais teriam, por apenas uma vez, mandato de seis anos. Os mandatos dos governadores e deputados estaduais seguintes voltariam a ser de quatro anos.
02/08/2010
Agência Senado
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