Franqueados fazem caixa de corrupção
Franqueados fazem caixa de corrupção
Donos de agências franqueadas dos Correios em todo o País estão arrecadando dinheiro para tentar corromper deputados e aprovar, no Congresso, projeto de lei que renova por cinco anos suas concessões. "O preço é R$ 2,2 milhões", expôs Márcio Gomes Pinto, presidente da
Associação dos Correios Franqueados do Rio de Janeiro, em assembléia gravada pelo "JB".
"Temos compromisso de que, se for aprovado em 'Diário Oficial', nós, do Rio, pagaremos 13% do total, ou seja, R$ 286 mil", detalhou. Antes da aprovação por unanimidade, Márcio completou: "Gente, por favor, isso é um número, aqui não tem criança, não vou pedir a ninguém para não comentar lá fora, não precisa, tá? A coisa no Brasil é assim, tem preço."
A disputa no setor de telefonia não chegou aos órgãos públicos. Entre janeiro e abril deste ano o Governo federal pagou R$ 71,5 milhões às concessionárias que detêm a propriedade dos números de telefone das repartições e empresas públicas.
Como ainda não há regulamentação do direito de portabilidade, que permitiria ao usuário manter os algarismos de seu aparelho mesmo ao trocar de operadora, as empresas-espelho não conseguem furar o bloqueio e a União acaba presa a contratos imunes à concorrência.
Só a Brasil Telecom, que atende à capital federal, vai faturar este ano, sem licitação, R$ 4,2 milhões com a Câmara dos Deputados. Se optassem pela empresa-espelho GVT, os parlamentares teriam de mudar a numeração dos 2.052 telefones que utilizam. (pág. 1 e 18)
"Cabra safado tem de levar um couro e sumir" é o lema de Francisco Pereira da Silva, o Índio, ex-chefe de Segurança do Congresso e "cão fiel" do ex-presidente João Figueiredo. Aos 63 anos, aposentado, é personagem de livro do jornalista Carlos Chagas, no qual revela ter "dado tabefes" em inúmeros desafetos de parlamentares. No Planalto, o general-presidente ordenava agressões com a senha "TV" ("te vira").
Em meados de 1993, Jorge Bornhausen e Luís Eduardo Magalhães tiveram uma sacada política que, inicialmente, foi motivo de piada nos círculos do poder em Brasília. Aliar as forças do direitão PFL às do progressista PSDB para eleger Fernando Henrique Cardoso sucessor de Itamar Franco.
Nada de mais um mandato para Fernando Henrique Cardoso. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já existem respostas para quatro consultas - duas do deputado Paulo Lima (PSDB-SP) e duas do deputado Arnon Bezerra (PSDB-CE) - sobre a possibilidade de uma nova reeleição para Fernando Henrique. Todas foram respondidas negativamente.
Os ministros do TSE reafirmaram que a Constituição proíbe a reeleição por mais de dois mandatos. FH foi eleito uma vez em 1994. Outra, em 1998. O balão de um terceiro mandato foi lançado semana passada. Foram desautorizados, em questão de horas, pelo próprio.
Colunistas
COISAS DA POLÍTICA - Dora Kramer
A cena era uma tristeza: sentados à cabeceira de uma mesa, com os semblantes sorumbáticos, três integrantes do primeiro escalão da campanha presidencial tucana, sexta-feira à tarde, tentavam convencer uma dúzia de jornalistas de que tudo anda na mais santa paz na seara da candidatura José Serra, na qual reina também o mais absoluto entusiasmo.
Um desavisado que entrasse ali sem saber que a reunião comandada por Pimenta da Veiga havia sido convocada para comunicar boas novas, seria assaltado de imediato pela impressão de que algo de muito grave estava se passando.
Editorial
"VOLTA AO NATURAL"
Tardaram mas surgem, enfim, os primeiros sinais de que o PFL já se recupera da crise de identidade que o acometeu. A manifestação do mal foi a perda do bom senso depois que a candidatura Roseana Sarney desceu da boa colocação nas pesquisas prévias da campanha presidencial.
Assim como subiu qual foguete na preferência popular, a candidatura do PFL de desfez. O ressentimento com o aliado histórico, o PSDB, trouxe a privação de faro político ao partido dotado do mais autêntico sentido de sobrevivência. Não é por acaso que todas as tendências políticas reconheceram no PFL a reserva de sabedoria.
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05/12/2002
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