Freire propõe uma conferência de paz para discutir combate ao terrorismo



O senador Roberto Freire (PPS-PE) defendeu nesta sexta-feira (dia 28) a convocação de uma Conferência da Paz Mundial com o objetivo de discutir o combate ao terrorismo internacional. Na pauta dessa reunião, estariam a criação de um tribunal destinado a julgar os terroristas e o estabelecimento de uma nova ordem econômica mundial.

Para Freire, esse novo momento das relações internacionais deveria caracterizar-se pelo combate à atual política de restrições que os países desenvolvidos estabeleceram em relação às correntes migratórias. O senador sugeriu ainda a criação de um fundo de desenvolvimento para socorrer países em dificuldades, sobretudo no continente africano.

Freire entende que, na origem das novas redes de terror, não se pode esquecer o papel do belicismo, das cruzadas anticomunistas e antidemocráticas, do terrorismo de Estado e, em particular, da responsabilidade de governos norte-americanos por eles:

- A CIA treinou e armou o Talibã e grupos de Osama Bin Laden contra a ex- União Soviética, no Afeganistão. Os Estados Unidos armaram e apoiaram Sadam Hussein na guerra Irã-Iraque, que durou oito anos e matou um milhão de pessoas. Na América Latina, os Estados Unidos apoiaram regimes ditatoriais e terroristas no Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Nicarágua, Guatemala, Granada, Panamá, República Dominicana.

O senador destacou que o Brasil tem muito a aprender mas também muito a ensinar ao mundo, pois, mesmo detendo índices sociais perversamente desiguais, a nação brasileira é vocacionada para a integração e a paz. Ele também ressaltou que o PCB e o PPS sempre se colocaram contra o terrorismo e defenderam a luta democrática como o caminho mais adequado para o aperfeiçoamento das sociedades.

- Desde o primeiro momento após os atentados do último dia 11 ao World Trade Center e ao Pentágono, não vacilamos em condenar, com toda a energia e indignação, essas bestiais agressões, em prestar nossa solidariedade ao povo e ao governo norte-americanos - e não só a eles, pois entre as vítimas diretas estão cidadãos de muitos povos e muitas nacionalidades, inclusive brasileiros - acrescentou.

Em aparte, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) atribuiu o atentado terrorista do último dia 11 à "entropia do sistema". Para ele, a tragédia humana contida naquele episódio foi substituída por uma queda de símbolos: "a Bolsa caiu, os capitais estão desesperados, como se não houvessem vidas, famílias envolvidas" - afirmou.

28/09/2001

Agência Senado


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