Frustrado pedido do PSDB de leitura de requerimento de CPI da Petrobras



A Mesa do Senado se negou a atender, nessa quinta-feira (14), solicitação do PSDB, representado pelo líder Arthur Virgílio (AM) e pelos senadores Tasso Jereissati (CE) e Sérgio Guerra (PE), de leitura do requerimento de instalação da CPI da Petrobras. O pedido de leitura do requerimento gerou um debate acalorado em Plenário.

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Após o não atendimento do pedido dos senadores tucanos pelo 3º secretário, Mão Santa (PMDB-PI), e 1º secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), que presidiram consecutivamente a sessão, a 2ª vice-presidente Serys Slhessarenko (PT-MT) encerrou abruptamente a sessão, impedindo assim que o 1º vice-presidente da Casa, Marconi Perillo (PSDB-GO), cuja chegada havia sido anunciada minutos antes por Arthur Virgílio, procedesse a leitura do requerimento.

Em Plenário, o líder tucano pediu a leitura do pedido de abertura da CPI alegando que sua bancada havia considerado insuficientes os esclarecimentos prestados à tarde pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, em reunião ocorrida no gabinete do senador Aloizio Mercadante (PT-SP).

Na opinião de Arthur Virgílio, um acordo de líderes, decidindo pela manhã, pela não abertura da CPI até que Gabrielli seja ouvido por três comissões da Casa, não poderia se sobrepor a decisão posterior de sua bancada, sobretudo pelo fato de nenhum senador tucano ter participado da reunião.

- Eu sou líder, e não senador individual. Eu tenho doze companheiros, aos quais presto contas diariamente. Os meus companheiros querem que a decisão tomada pela bancada seja implementada. Os meus companheiros querem que aquilo que foi fruto do trabalho deles, especificamente do senador Alvaro [Dias], que aquilo que virou a opinião de 32 pessoas, seja acatado - disse Arthur Virgílio, tentando convencer Heráclito, que presidia a sessão no momento, a proceder a leitura do requerimento.

Chamando atenção para o fato de sua assinatura constar do requerimento, Heráclito se negou peremptoriamente a realizar a leitura. Em sua avaliação, o acordo firmado pelo colégio de líderes, na presença do líder do Democratas, José Agripino (RN), que teria dito na reunião do colégio de líderes responder por Arthur Virgílio, não poderia ser ignorado.

- Eu jamais poderia, tendo participado daquele entendimento, quebrar aquele compromisso que assisti ser feito, sob pena, inclusive, de perderem a razão de ser das decisões tomadas por aquele colegiado - afirmou Heráclito, justificando sua decisão.

Jereissati criticou Heráclito por não atender, em sua avaliação, um direito considerado por ele como líquido e certo do PSDB de ter o requerimento lido em Plenário.

- Nesse acordo, não estava presente nem estava representado o PSDB, e essa praxe [de respeitar os acordos de líderes] só tem valia quando é com a participação efetiva de todos os partidos desta Casa, e o PSDB é, junto com o DEM, um dos partidos mais representativos que fazem oposição nesta Casa. Ele não estava representado nessa reunião, portanto, essa praxe não tem valia nesse caso específico - disse Jereissati.

Reforçando o pedido de leitura, Sérgio Guerra lembrou que a própria Petrobras reconhece que até mesmo o Tribunal de Contas da União (TCU) tem dificuldades de investigá-la.

Durante as discussões, os senadores governistas Marina Silva (PT-AC) e João Pedro (PT-AM) manifestaram apoio à decisão de Heráclito Fortes.

Antes do encerramento da sessão pela senadora Serys, Heráclito se comprometeu a marcar uma reunião do colegiado de líderes para a próxima segunda-feira (18) para resolver a questão.

Da Redação / Agência Senado



14/05/2009

Agência Senado


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