Fundação Casa pretende desativar Complexo do Brás em 2008



Assim como aconteceu no Complexo do Tatuapé, a desativação do Brás será possível por conta da política de descentralização do atendimento aos adolesce

Depois de fechar 2007 com a histórica desativação das unidades de internação do Tatuapé, a Fundação CASA vai trabalhar em 2008 para desativar o Complexo do Brás. Localizado na região central da Capital, o complexo tem 1.300 vagas em 11 unidades de internação e internação provisória.

Atualmente, o local abriga mil adolescentes – 300 a menos do que a capacidade prevista. A meta da Fundação CASA, no entanto, é esvaziar mais ainda o complexo e reduzi-lo a uma capacidade máxima de 600 vagas de internação provisória. As unidades de internação - destinada a jovens já julgados pelo Poder Judiciário - serão extintas.

"A idéia é abrigar apenas adolescentes de São Paulo em internação provisória", diz a presidente da CASA, Berenice Giannella. "E vamos tentar trabalhar com apenas 500 jovens da Capital no local."

Sem complexo

A desativação do Brás – que será gradativa para não atrapalhar a política de atendimento e o trabalho dos funcionários do complexo – faz parte da política do Governo do Estado de desativar todos os grandes complexos de internação de São Paulo.

Assim como aconteceu no Tatuapé, a desativação do Brás será possível por conta da política de descentralização do atendimento aos adolescentes. De 2006 para cá, foram construídas neste programa 27 novas pequenas unidades de internação no Interior e Grande São Paulo.  A meta do governo é chegar a 59 casas no Estado. Isso permitirá que os adolescentes sejam atendidos próximos de suas famílias e em regiões de origem.

Atualmente, o Brás atende jovens da Capital, do Interior e de regiões da Grande São Paulo que ainda não contam com unidades. No primeiro semestre, algumas cidades da Grande São Paulo receberão unidades, o que permitirá o início do esvaziamento do complexo. É o caso de Osasco, Guarulhos e Jundiaí.

As novas unidades têm capacidade para atender a 56 jovens - 40 em regime de internaAsção e 16 em internação provisória. Elas são geridas em parceria com a sociedade civil, por meio de ONGs indicadas pelos municípios. Entre as ONGs, constam entidades reconhecidas pelo trabalho no setor, como a Pastoral do Menor, da Igreja Católica, que gere três das novas unidades e assumirá, em fevereiro, a gestão compartilhada da CASA de Jundiaí.

Diferentemente dos grandes complexos, as novas unidades permitem um atendimento individualizado aos adolescentes. Isso facilita o trabalho de recuperação dos jovens e diminui problemas, como tumultos e rebeliões. "Em dois anos, nunca tivemos uma rebelião nestas novas casas."

Da Fundação Casa

(M.S.)



01/07/2008


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