Gabeira e Jungmann vão tentar prorrogar trabalhos da CPI por mais 30 dias



Os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Raul Jungmann (PPS-PE) iniciam nesta semana o recolhimento de assinaturas de apoio a um requerimento pedindo a prorrogação até 19 de janeiro dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, que se encerram no próximo dia 19. De acordo com Gabeira, sub-relator da CPI, a decisão de propor a prorrogação foi tomada a partir do parecer emitido pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no qual é reconhecida a autonomia da comissão para decidir sobre a extensão dos trabalhos.

Para que seja considerado, o requerimento deve contar comas assinaturas de 171 deputados e 27 senadores.Além de Gabeira e Jungmann, que é vice-presidente da comissão, o requerimento deve ser encabeçado pela senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) - junto com os dois, ela apresentou a questão de ordem às mesas da Câmara e do Senado, indagando da possibilidade regimental de prorrogação da CPI.

Na sexta-feira (1º), o presidente do Senado respondeu a questão de ordem apresentada pelos parlamentares declarando que "a comissão tem autonomia para tomar a decisão que entender acertada". Renan Calheiros afirma ainda, no ofício, que "é conduta desta Presidência não interferir nas atividades de qualquer comissão, senão para fortalecê-la, especialmente em comissões especializadas como as comissões parlamentares de inquérito". Ele acrescenta que a Presidência do Senado acatará a decisão adotada pela CPI.

Dossiê

Responsável pelo sub-relatório referente ao caso do dossiê antitucanos, Gabeira disse que a prorrogação dará tempo a que se estude melhor a participação no episódio de Jorge Lorenzetti, Gedimar Pereira, Oswaldo Bargas, Expedito Veloso, Hamilto Lacerda e Valdebran Padilha, integrantes conhecidos de um grupo que negociou com o chefe da "máfia das ambulâncias", Luiz Antonio Vedoin, a compra de um dossiê destinado a comprometer políticos do PSDB, como os ex-ministros da Saúde José Serra e Barjas Negri. Também está sendo investigada a participação de Abel Pereira, ligado a Negri, e que teria negociado a compra do dossiê, com o objetivo de silenciar Vedoin sobre o suposto envolvimento dos tucanos com o esquema dos sanguessugas.

- Queremos responder melhor a essas questões. Nós já estamos conseguindo demonstrar que a versão deles para os fatos não é verdadeira, mas ainda não chegamos à verdade - disse o deputado.


Nelson Oliveira e Ricardo Koiti / Repórteres da Agência Senado



04/12/2006

Agência Senado


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