Garçom confirma ter ouvido suposto planejamento para assassinar Toninho do PT, informa Alvaro Dias



Em depoimento fechado nesta quarta-feira (3) à Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, o garçom Anderson Ângelo Gonçalves (conhecido como Jack) confirmou ter assistido reuniões na casa de bingo na qual trabalhava onde, supostamente, teria sido planejado o assassinato do então prefeito de Campinas (SP), Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT. Tais informações foram apresentadas à imprensa pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), no início da tarde, ao deixar por instantes a sala de reuniões da CPI.

O prefeito petista foi morto com três tiros em setembro de 2001, quando saía de um shopping em São Paulo. Os disparos de uma pistola 9mm foram realizados por um dos integrantes da quadrilha do seqüestrador Wanderson de Paula Lima, o Andinho. Da quadrilha, apenas Andinho está vivo, conforme informações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (Dhpp) de São Paulo.

De acordo com o senador, Jack presenciou tais reuniões, sem que os participantes percebessem, porque dormia no local onde trabalhava, uma casa de bingo em São Paulo. O depoente chegou a citar nomes de algumas pessoas que teriam participado das reuniões, porém o senador preferiu que o próprio garçom os revele, quando achar necessário.

- Depois ele fez um relato do que ocorreu para evitar que ele apresentasse denúncia e apontasse nomes de pessoas - acrescentou o senador.

Além de ofertas em dinheiro (R$ 200 mil) "para ficar calado, para que não contasse nada", o garçom disse também, afirmou Alvaro Dias, que a certa altura teria sido dopado em um hospital, para que não depusesse sobre o caso. De acordo com o senador, Jack disse ainda ter sido ameaçado por diversas vezes, por telefone, recebendo alertas para não depor. O parlamentar avaliou ser necessário que a CPI proceda em direção à quebra do sigilo telefônico do depoente, com vistas à identificação da origem das ameaças.

- O depoimento parece sincero, ele apresenta detalhes e não caiu em contradição em nenhum momento, está seguro em relação ao que está dizendo - avaliou Alvaro Dias.



03/05/2006

Agência Senado


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